Por que e quando usar as iscas artificiais de fundo?

O especialista Braguinha responde algumas perguntas com base em sua experiência na pescaria de diversas espécies

– Por que usar a isca artificial de fundo?

No caso do black bass, pescar com minhocas ou jigs de fundo, é essencial, pois está aí o diferencial dessa para outras espécies. Sempre falo nas minhas palestras: se você pesca bass somente com iscas duras, significa que não sabe pescá-los e que não aproveita 30% dos pontos de pesca. No caso do tucunaré e do robalo, com certeza, o uso é bem mais fácil. Se o pescador sabe onde eles estão, com certeza conseguirá uma captura. Diferente do bass, capaz de abocanhar a isca de modo tão sutil, que o iniciante nem fica sabendo.

– Em qual situação devemos usa-la?

No caso do bass eu só pesco de fundo e são raras às vezes em que uso iscas duras. Na pesca do tucunaré pesco com jigs de buck tail no fundo, isso quando eles não querem atacar na superfície ou quando estamos participando de um torneio. Na pesca ao robalo emprego jigs com camarão, pois além de ser mais produtivo, sempre sai os maiores nessa modalidade de pesca. Destaco que nessa modalidade eu só uso fluorocarbono. É muito mais produtivo e não faz tanta barriga na linha como acontece com as multi. Não indico náilon.

Enrosca muito? A quantidade de enrosco compensa com uma farta pescaria?

Quando você vem da escola do bass e sabe identificar as estruturas e a profundidade que vai pescar, com certeza enrosca pouco. O pescador astuto sempre tem nas tralhas um desenroscador de isca.

– O que é melhor: jig, metal jig ou isca soft? Cada um tem uma função diferente?

Depende do peixe que você busca. No caso do bass, a minhoca é muito eficaz. No tucunaré, os jigs de buck tail. Já os metais jigs no robalo eu não gosto e nem procurei aprender a usar.

– Qual a diferença desta pescaria para uma feita com artificiais mais convencionais?

Para quem vai atrás do bass, só vai conseguir pescar alguma coisa na desova da espécie, quando eles estão nos ninhos e são muito agressivos. No robalo, a diferença de pescar com plugs, tanto de superfície, como de meia agua, os jigs com camarão são muito mais eficazes e sempre captura os grandes exemplares.

– Quais seriam as características do equipamento para uma boa pescaria destas?

Eu só uso varas longas, no mínimo de 6’7” de comprimento para bass, com resistência de12 lb. Abasteço a carretilha com linha 6 lb. Já para robalo gosto de vara de 16 lb com linha de 10 lb. Para tucunaré, vara de 20 a 25 lb, com linha de 20 lb. Todas as linhas de fluorocarbono. Na pesca ao bass não uso líder. Já com os robalos emprego líder de 20 lb No tucunaré azul e nos amazônicos uso de 20 e 25 lb.

– É importante ter conhecimento da pesca com iscas artificiais mais convencional?

Evidente que sim. Porém, se o pescador não conhecer principalmente o comportamento do peixe ao longo das estações do ano, e não saber explorar a pesca em todas as profundidades, ele nunca vai ter o melhor proveito do ponto onde está.

Qual o segredo para ter uma boa pescaria destas?

Conhecer o peixe e depois o local. Vale ter as tralhas compatíveis para cada peixe e saber usa-las no local e na hora certa.

– E qual é o papel da sonda para ter sucesso?

No caso do bass é fundamental ter e saber interpreta-la para encurtar o caminho das capturas. No caso do tucunaré, serve para descobrir as estruturas não visíveis. Já para o robalo é fundamental para descobrir os parcéis, os drop offs, as pedreiras e outras estruturas relevantes.

– Qual dica daria para o pescador que pretende começar a usar iscas de fundo?

Se tem tempo e quer descobrir sozinho, tem que praticar muito e, com certeza, vai gastar muito tempo e dinheiro. Agora, se ele que encurtar caminho, tem que contratar um guia que tenha conhecimento e saiba ensinar com detalhes.

Braguinha tem conhecimento e passa dicas que servem para diversas espécies