De acordo com pesquisador da UFMT, piau, piranha, pacu e piraputanga já foram testados; objetivo é agregar valor ao pescado da região do Pantanal
Por Lielson Tiozzo
Atum ou sardinha é fácil encontrar no supermercado. Agora, já imaginou poder comprar peixes do Pantanal, como o pacu enlatado? Pois é este o projeto da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) desenvolveu para agregar valor aos pescados da região pantaneira.
“Fazemos com piau, piranha, pacu, mas o que fica show de bola mesmo é a piraputanga”, comenta o professor Paulo Rossignoli, orientador do projeto da pesquisa “Apertização de Pescado do Pantanal Mato-Grossense”.
De acordo com o professor, o projeto se propõe a utilizar os peixes de baixo custo comercial e agregar valor através do enlatamento. Cada produto custaria no máximo R$ 6. Um valor competitivo com o que pode ser encontrado nos supermercados com as espécies de água salgada.
Ele ressalta que o processo de produção é muito simples. “Você encerra o pescado dentro de uma lata, faz a exaustão, que é o aquecimento da lata com o produto dentro, e lacra na recravadeira. Depois com o produto lacrado, é aquecido no mínimo 80º e vai para a autoclave. Aí se esteriliza a embalagem lacrada. Então o alimento fica com uma garantia de qualidade muito boa, porque foi esterilizado com embalagem lacrada”.
O professor lembra que a indústria do pescado enlatado no Brasil aproveita apenas peixes de água salgada. Por isso ele acredita que peixes de água doce formariam um novo mercado. “Essa é nossa inovação de produto, não de processo, pois isto já se fazia antes, mas o produto é a nossa inovação”, afirma.