Quatro bons pontos para aproveitar na pescaria de trairão

A espécie é agressiva e proporciona boas brigas. Saiba onde explorar os arremessos para ter sucesso

Por Lester Scalon

A pescaria de trairão é uma das mais fascinantes. O peixe tem um hábito agressivo e proporciona boas brigas. Existem pelo menos quatro bons pontos para você explorar e fisgar os maiores exemplares. Cada um deles com sua peculiaridade. Leve em conta estas informações para você fazer as melhores escolhas.

Espraiados

Os trairões gostam de ficar nos espraiados, mas pela manhã costumam se mostrar preguiçosos. Costumo dizer que os trairões estão tomando “banho de sol”, pois são peixes que têm na noite o período de maior atividade para se alimentar.

Pela manhã, período do dia em que a água está mais fria, diminuindo o seu metabolismo, são necessários vários arremessos para “acordar” o preguiçoso de seu “banho de sol”. Quando o dia vai esquentando e, no período da tarde com o sol a pino e temperatura de água mais quente, costumam ficar do lado do barranco que tem sombra no espraiado, usando-a como camuflagem.

Muitas vezes ficam meio enterrados e a sujeira levantada acaba sendo depositada nas suas costas, tornando a visualização do peixe bastante difícil. Quando nossa isca passa, o ataque vem espetacular.

Galhadas

São sempre um ponto tradicional de pesca de trairões, pois é nesses locais que os peixes se escondem para sorrateiramente atacarem suas presas. A galhada também é o refugio de pequenos peixes que se refugiam de outros predadores, tornando-se um ponto bastante estratégico de caça para os trairões. Se as galhadas se situarem na boca de uma baia ou em um córrego, pode contar que os peixes vão estar lá escondidos.

Esses locais são estratégicos na busca de alimento, pois é ali que os pequenos peixes se alimentam e se escondem dos predadores. Os trairões vão se aproximando camuflados pelas sombra e pelos galhos, tornando-se quase invisíveis para os pequenos peixes.

Galhadas no fundo de baia também são locais certeiros para pescá-los. As pequenas entradas que quase todo rio tem são as reentrâncias nas margens, locais estes que nunca devem ser desprezados, principalmente se tiverem uma galhadinha submersa.

Pedreiras e corredeiras

Como são peixes oportunistas nas pedreiras e corredeiras, os trairões ficam escondidos nas partes mais rasas, nas locas e reentrâncias das pedras. E aí estão quando aparece a oportunidade do ataque, e este vem com rapidez e violência.

Nestes casos, é sempre bom estar com um empate de aço, pois eles fatalmente vão tentar voltar para a loca ou reentrância, e a linha pode ser rompida na pedra. Algumas vezes, por estar distante do raio de ação e com o barulho chegando aos poucos, o pescador deve insistir em vários arremessos nesses locais.

Vegetação submersa

Se existe um local que os trairões adoram, por serem praticamente invisíveis, são aqueles comis com vegetação submersa. Eles se ajeitam no meio da vegetação, só com os olhos descobertos, e surgem do nada para atacar nossas iscas. Nesses locais, o pescador precisa fazer vários arremessos, já que o peixe pode estar mais embrenhado na vegetação.

Um pouco mais de barulho pode ser fundamental para despertar o ataque. Quando a água esta limpa, o pescador tem que ficar ligado no visual, pois é comum ver os peixes se deslocando de um local para outro denunciando sua presença. Fique atento, porque, quando fisgado, fatalmente o trairão vai tentar se embrenhar na vegetação, e a chance de escapar é muito grande.

Que você está esperando? Ajeite sua tralha e vá conhecer uma das pescarias mais emocionantes que a pesca esportiva pode oferecer a você, que consiste em desafiar os grandes trairões em seu habitat natural.

O emprego de iscas artificiais de meia água costuma ser bem produtivo na pesca ao trairão