Tenha respeito com as onças ao pescar no Pantanal

Todo pescador deve respeitar o maior felino da América, muito presente numa das regiões mais visitadas

Por Lielson Tiozzo

Numa rápida vasculhada pela internet é possível encontrar pescadores irresponsáveis arriscando a própria vida ao se aproximarem de onças. Estes felinos podem parecer “fofinhos”, mas não se engane. A melhor dica: tenha o máximo de cuidado ao pescar em áreas onde elas estão. O alerta fica especialmente quem vai pescar no Pantanal. Mas elas podem estar presentes em outras regiões também.

De acordo com o site Bichos do Pantanal, a onça costuma viver nas margens do Rio Paraguai. Por estar sempre perto do curso d’água, é uma excelente nadadora. No Rio Piqueri, um dos importantes afluentes, é até possível encontrar hotéis especializados em avistamento do animal, com guias treinados e tudo feito com segurança.

No Brasil, a onça-pintada é listada pelo IBAMA (em 2003) como ameaçada de extinção, e globalmente é classificada como quase ameaçada (IUCN, 2008). A conversão de seu habitat natural em pastos e lavouras é a principal causa da redução de 50% de sua distribuição original. A espécie ocorria historicamente em 21 países pela América, mas já foi extinta no Uruguai e em El Salvador.

Ainda de acordo com o Bichos do Pantanal, é na região do Pantanal que está “a maior densidade da espécie, mas também já existem indícios de perda de habitat e de muita caça”. O abate da espécie é proibido desde os anos 1960.

O que fazer para evitar a aproximação perigosa com as onças? O pescador deve ficar atento aos mínimos detalhes. Vale destacar que se o animal encontrar o humano primeiro, e decidir atacá-lo, as chances de sobrevivência serão mínimas.

“A onça costuma estar bem alimentada no Pantanal. Além disso, ela não vê o ser humano como uma presa. Então, ela só vai atacar se realmente se sentir acuada”, adverte o tenente-coronel da Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul, Ednilson Queiroz.

Existem alguns procedimentos que podem ser tomados como precaução:

1)Não se aproxime em hipótese alguma de uma onça ao vê-la nadando ou caminhando às margens do rio. O animal pode se sentir intimidado e atacará. Deixe-o em paz! O mesmo vale para um filhote “fofinho”. Ele não estará sozinho.

2)Evite a pesca desembarcada em locais próximos a pastos ou mesmo em pontos de repouso de presas das onças como as capivaras e os jacarés.

3)Respeite as instruções e as orientações dos guias dos barcos hotéis. A maioria já possui tripulação treinada e conhecedora dos locais onde podem se dar os ataques.

4)Evite acampar em regiões onde já é de conhecimento a presença das onças. O animal pode ser atraído pelo cheiro. Além disso, se estiver em época de reprodução, se torna territorialista e vai atacar a qualquer momento, a fim de expulsar os invasores.

5)Se for pescar apoitado/ancorado, verifique se existe alguma margem de segurança para evitar um ataque surpresa. Se ouvir uma esturrada e estiver sozinho, saia imediatamente do local.

6) Não se aproxime de carniças. A onça-pintada costuma matar grandes presas e deixá-las em algum local onde irá comê-las com o passar dos dias. O cheiro forte e a presença de aves como urubus vão indicar o local onde está o cadáver de animal. A pintada pode estar por perto.

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Onça tagueada abate gado em pasto na região do Pantanal em Mato Grosso do Sul (Foto: PMA/MS)