Grandes dourados no Rio Paraná: uma pescaria histórica

Um local privilegiado e muita técnica rendem resultados formidáveis na busca pelos grandes predadores

Por Lester Scalon

Grandes pescarias sempre fizeram parte da minha vida, principalmente os desafios com grandes dourados. E minha história com os exemplares começou muito cedo nas turbulentas águas do meu saudoso Rio Grande. Elas foram a minha grande escola de pesca. Foi ali que um moleque travesso desde a mais tenra infância se apaixonou pela pesca e desde então me criei em meio aos grandes peixes daquelas águas revoltas.

A paixão pelos grandes dourados cravou certeira dentro do peito, pois grandes peixes eram capturados pelos meus tios e por meu pai um grande pescador de sua época. Com o passar dos anos, pouco a pouco, meus irmãos, primos e eu fomos “entrando” nas pescarias e conquistando o nosso espaço, até nos tornamos uma geração de grandes e respeitados pescadores na região.

A busca por grandes pescarias me levou a lugares distantes. Em 1973, com apenas 14 anos, realizei a minha primeira grande aventura. Meu destino foi o Rio Javaés, braço direito do rio Araguaia na Ilha do Bananal. A partir daquele momento comecei as grandes aventuras, pescando e acampando por rios do Brasil afora.

Ao longo de mais de 30 anos de acampamentos de pesca realizei grandes pescarias, emoções que só quem viveu pode entender, não dá para descrever. Grandes peixes e grandes quantidades, algumas até absurdas, faziam parte destas inesquecíveis viagens pelas águas do nosso país. Foram anos dourados de emocionantes e memoráveis pescarias.

Apaixonado desde a infância

Sempre adorei o dourado desde a infância, por isso me dediquei a conhecer profundamente esta espécie fantástica. Corri atrás das incontáveis emoções que esta excepcional espécie podia me proporcionar ao longo da minha vida. Emoções que só fizeram aumentar a paixão por ele um pouco mais a cada dia.

E pensar que tudo começou num belo dia quando era criança e voltei de minhas peripécias na beira do Rio Grande, e me deparei com uma enorme “barra de ouro” pendurada na varanda do Rancho dos 13, o rancho da minha família. Meu pai havia realizado uma façanha, eram 22,5 kg de um dourado inesquecível. Naquele dia lancei um desafio na minha vida, pegar um “bichão” daqueles.

A vida seguiu seu curso, o tempo foi passando com grandes peixes e pescarias espetaculares, mas a busca pela emoção de capturar o dourado que superaria o do meu pai, continuava. Veio a captura do incrível “Dourado maratonista” junto com o amigo Gugu, uma pescaria fantástica e emocionante, mas a minha busca incessante continuava.

Em novembro de 1999 as minhas chances de capturá-lo no meu Rio Grande acabaram, pois suas cachoeiras e corredeiras foram sufocadas por suas próprias águas. O recém-formado lago da Usina de Igarapava engoliu de vez suas águas revoltas, e os mais 40 anos de pescarias e emoções agora ficaram vivas somente na memória.

A íntegra desta reportagem você confere na Edição 301 da Pesca & Companhia!