Unidade do Instituto de Pesca em Campos do Jordão (SP) está desenvolvendo projetos na área de biotecnologia

Por Alex Koike

A Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Campos do Jordão do Instituto de Pesca iniciou um trabalho inédito que possibilita a geração de alevinos de salmão em dois anos.

Tanto o salmão quanto a truta são peixes cada vez mais procurados para consumo pela população brasileira e ocupam parcela importante da piscicultura comercial e da pesca esportiva.

A pesquisa possibilitou a produção de alevinos de salmão na metade do tempo, sendo que o normal são quatro anos para a reprodução do peixe, usando os métodos tradicionais.

A celeridade do processo está no uso da truta arco-íris como barriga de aluguel para produção do salmão. O estudo foi liderado pelo cientista Ricardo Hattori, que desenvolveu a pesquisa entre 2015 e 2019

Entenda as dificuldades

O problema para se produzir salmão no Brasil está na temperatura das águas. A pesquisadora Yara Aiko Tabata explica que os salmonídeos existentes no País são do tipo landlocked, ou seja, que fazem o ciclo de vida completo em água doce.

O cultivo da truta é mais difundido no Brasil, pois ela já está aclimatada e apresenta bons índices reprodutivos em águas com temperatura de 10º a 12ºC. Já o salmão requer temperaturas mais baixas, ao redor de 8ºC.

“Se essa limitação é um entrave para seu desenvolvimento, por outro lado, o fato de não encontrar em nossas águas temperaturas compatíveis para sua reprodução natural pode ser considerado uma condição interessante para que esta espécie seja empregada como uma alternativa na pesca recreativa, sem riscos para o meio ambiente em caso de eventuais escapes”, explica Yara.