Peixes ameaçados são resgatados dentro de uma turbina de Itaipu

O jaú é a espécie de maior porte na Bacia do Rio Paraná e está classificada como vulnerável na lista vermelha de espécies ameaçadas no Paraná

Por Alex Koike

Dois exemplares foram salvos pelas equipes da Divisão de Reservatório da Itaipu.

Esses grupos atuam no resgate de peixes durante as paradas de máquinas de Itaipu, para a manutenção preventiva das unidades geradoras, popularmente chamadas de turbinas.

O engenheiro de pesca Maurício Spagnolo Adames explicou que o jaú é um peixe mais comum em águas profundas, considerado raro em diversas regiões do País.

Um adulto pode atingir mais de 1,5 m e pesar até 100 kg e vive principalmente em canais de rios, cachoeiras, poços profundos e junto às margens de baías.

Durante todo o ano passado, apenas dois jaús foram resgatados vivos nas paradas de manutenção.

Uma boa notícia

Segundo Spagnolo, o resgate de novos indivíduos neste início de 2021, ambos jovens, é um indicativo de que a espécie está procriando na região.

As espécies mais encontradas nas paradas preventivas de manutenção da usina são o armado, mandi, barbado e piau.


Todos os peixes resgatados vivos são devolvidos ao seu lugar de origem, Rio Paraná ou o reservatório. O percentual de sobrevivência é superior a 90%.

O trabalho é compartilhado com a Divisão de Reservatório da margem paraguaia desde 2015 e feito em dois locais: a montante, no conduto forçado, próximo à tomada d’água, e a jusante, no tubo de sucção. Os peixes resgatados são identificados e listados em um banco de dados da empresa.


O resgate faz parte do cronograma de manutenção das máquinas, controlado pela Diretoria Técnica, por meio das superintendências de Manutenção e Operação. Desde 1987, quando começou, já foram resgatados mais de 73 mil peixes de 50 espécies diferentes.