Reconhecido por ser um especialista na pesca ao bass, Fábio Zurlini também é um revolucionário na pesca às traíras
Por que usar a iscas artificiais de fundo?
As iscas de fundo sempre foram minha paixão. A emoção está relacionada a ter o contato com o fundo. Nada de visual, somente a ação do peixe sobre a isca. Precisamos de concentração, de sensibilidade e de agilidade nesta categoria.
Devemos fazer muitos treinos, ter muita atenção e estar sempre com novos equipamentos.
Fisgar um black bass a cinco metros de profundidade, onde ele se mostrou apenas com um rápido toque ou uma simples mudança no peso da isca, pois é só isso que ele mostra, é pura emoção e adrenalina .
Em qual situação devemos usa-la?
No bass, em épocas mais frias, esta é a melhor situação. No inverno, o bass fica no fundo. Os peixes suspensos não irão caçar. Somente os que estão nas profundezas.
Enrosca muito? A quantidade de enrosco compensa?
Tudo depende da modalidade escolhida. No caso do Texas, Carolina, ou outros rigs, nos quais o anzol não estará exposto, não há problema de passar por estruturas, já que não enroscará. Mas se a isca for um ruber jig, deverá estar com anti-enrosco, para evitar que você perca ou fique preso na passagem de qualquer estrutura. Mesmo assim compensa e muito.
O que é melhor: jig, metal jig ou isca soft? Cada um tem uma função diferente?
Sim cada uma com sua modalidade e local de pesca. Na pesca ao bass, os ruber jigs e as softs são as mais indicadas. A função do ruber jig é provocar uma reação, devido ao seu volume na caída, o que chama a atenção do predador .
No caso das softs, é arrasto no fundo. Ela consegue fazer uma passagem por estrutura no fundo e tem apresentação mais sutil.
Qual a diferença desta pescaria para uma feita com artificiais mais convencionais?
Paciência e muita técnica. Saber ler o fundo sem enxergá-lo.
Quais seriam as características do equipamento para uma boa pescaria destas?
As varas de pesca devem ser mais longas para poder ter uma maior alavanca de lançamento e um maior pendulo ou barriga. Uma vara menor que 6’6” seria, ao meu ver, não indicada para esse trabalho.
Sem nenhuma dúvida, o flúor é o melhor tipo de linha para essa modalidade.
Acho que as melhores varas são as fabricadas por marcas consagradas. Pois neste processo há técnicos, engenheiros e pescadores se dedicando a melhorar a cada dia seu equipamento.
É importante ter conhecimento da pesca com iscas artificiais mais convencional ?
Sim, acho válido. Pois tudo é experiência. Até hoje pesco com essas modalidades.
Qual o segredo para ter uma boa pescaria destas?
Se você não conseguir ter uma ótima leitura do fundo, não irá fazer uma boa pescaria. Um simples exemplo: se estiver pescando traíra perto de uma taboa, o local será raso. O fundo é próximo e não adianta utilizar um ruber ou soft pesado, pois vai passar muito rápido pelo predador.
E qual é o papel da sonda para ter sucesso?
Total. Ela simplesmente se converte em seus olhos no fundo da represa.
Qual dica daria para o pescador que pretende começar a usar iscas de fundo?
Treinar em açudes e lagos. Vale procurar “trairodromos” para entender o fundo e ainda estar em contato com o fundo. Depois dessa experiência, aí sim passar para a represa e as grandes áreas de pesca.