Cada espécie tem sua peculiaridade e, por isso, devemos ficar bastante atentos
Alexandre Dick
Manusear o peixe para soltá-lo é uma tarefa importante. Porque formas de segurar o peixe sempre variam muito, já que dependem basicamente da que espécie e também do seu tamanho. O pesque e solte é regra para quem se considera “esportivo”.
Quando pesco tucunarés em Itaipu, local que sou mais assíduo, quase nunca uso alicates de contenção, ou mesmo luvas, afinal de contas os peixes são pequenos e fáceis de manusear. Seguro de maneira firme com uma das mãos e com a outra retiro a isca, se necessário utilizando um alicate de bico.
O máximo que faço é fazer o uso de um passaguá e, raramente, o fish grip quando a garateia está fisgada de maneira muito firme e exposta de maneira perigosa.
Quando vou à Amazônia e encontro tucunarés de maior porte, utilizo iscas maiores que acabam sendo perigosas se não manuseadas de forma correta. Por isso, sempre utilizo um alicate de contenção e outro de bico para remover os anzóis. Só assim faço o pesque e solte.
Deixo o peixe dentro da água, retiro a garateia e só então ponho no barco. Na hora de manusear o peixe para tirar fotos, elimino o alicate e utilizo uma luva tricotada simples para ter uma melhor pegada na boca do animal e evitar que rale os dedos.
Da mesma forma acontece quando pesco os dourados que tanto gosto. Como todos sabem, a boca do dourado é uma arma, com dentes que rasgam e cortam com muita facilidade. Gosto de manusear o peixe com alicate de contenção até a retirada do anzol ou da garateia. Depois utilizo a luva para manusear, sem machucá-lo.
Há algum tempo eu pendurava o peixe pelo fish grip para fotografar, e em muitas vezes acabei machucando a boca do mesmo por conta do peso pendurado. Hoje procuro segurar o peixe sempre na horizontal, apoiando o seu peso sobre uma das mãos e segurando a cauda com a outra. Em alguns casos levanto o peixe na vertical, porém sempre que tenha mais de 3 kg, procuro apoiar com a outra mão, não o deixando totalmente suspenso.
É importante também deixar as mãos ou as luvas sempre molhadas, para não tirar o muco protetor do peixe e oxigenar no intervalo entre uma foto e outra.
Tudo isso que relato é de experiências que tive durante minhas pescarias e que vou adaptando no meu dia-a-dia. Não utilizo técnica cientificamente comprovada, apenas faço o que acho que é o correto. Cada dia que passa percebo alguma outra facilidade, como, por exemplo, a piapara, que se segurada de ponta cabeça quando manuseada, para de se bater.
Na hora da soltura, seguro o peixe levemente pela cauda ou pela boca e deixo que o mesmo faça força para sair nadando sozinho, sinal de que já está recuperado.