Carpa no pesqueiro. Boa pedida para o frio!

A temperatura diminui no Outono e fica ainda mais gelado no Inverno. Mas algumas espécies até preferem estas condições…

Por Alexandre Olo

Entre as várias espécies de carpa, existe uma em especial que caiu nas graças dos pescadores brasileiros e se tornou a preferida entre os frequentadores de pesqueiro: a cabeçuda ou cabeça grande, como é chamada popularmente. Esta é uma pescaria que vale muito a pena na época do frio.

Na verdade, muitos nem esperam a chegada dos meses mais frios do ano para investir na captura da espécie. Apaixonados pelo peixe, se dedicam apenas a pescaria deles, que pode ser até considerada “sem graça” por alguns, mas que exige muita dedicação e técnica.

Na teoria, essa pesca pode até ser considerada simples se considerarmos o fato de que geralmente o pescador não precisa fisgar o peixe, pois ele acaba preso ao chuveirinho sozinho.

Porém, se não forem utilizadas as táticas certas, com certeza a produtividade será muito menor. O sistema usado, o tipo de isca, consistência e preparo das massas, equipamentos, tudo pode influenciar o resultado, tanto em quantidade de capturas quanto ao tipo de espécie que se busca.

A carpa-cabeçuda é uma das espécies mais encontradas nos pesqueiros

Evolução das montagens

Inicialmente era utilizado um sistema preparado com um peso de 20 ou 30 gramas solto na linha principal – que serve como âncora para que a bóia não se desloque do ponto desejado. Depois essa linha era amarrada na boia com o chicote já montado no tamanho desejado e no final dele o chuveirinho.

Contudo, esse tipo de montagem apresentava dois pontos negativos. O primeiro aparecia na hora de arremessar, principalmente quando o chicote estava longo, porque era comum ver a massa se soltar antes mesmo de cair na água. O segundo acontecia quando os peixes estavam manhosos, obrigando o pescador a mudar o tamanho do chicote até encontrar a altura que os peixes estão se alimentando.

A partir daí surgiu a ideia de criar um novo sistema diferente, que evitassem esses dois problemas. Eles foram resolvidos com o uso de um chumbo de furo largo, duas miçangas pequenas e um nó de correr (como mostra a ilustração).

Massa x Pastilha

Se o seu alvo for a carpa húngara, capim e espelho, você pode utilizar como iscas as minhocas, ração, massas, salsicha, milho verde e outras. Mas, se a intenção é capturar as grandes carpas cabeçudas, a opção que vai proporcionar os melhores resultados são as massas doces. Recentemente, uma nova opção vem ganhando espaço e já ganhou elogios de muitos pescadores, tanto pela praticidade, quanto pela eficiência: as “pastilhas solúveis”.

Quando o assunto é massa de carpa, muitas são as receitas. Existem desde caseiras até as industrializadas, que ainda podem ser turbinadas com essências, ingredientes secretos e atrativos para torná-las ainda mais eficientes. Para preparar, misture os ingredientes e, após dar o ponto utilizando a própria água do lago, é só passar na peneira e revestir o chuveirinho apertando bem até formar a chamada “coxinha”. Depois é só arremessar e esperar o peixe.

Caso você escolha a pastilha, todo esse trabalho se torna nulo, pois basta encaixá-la no suporte que já contém os anzois e arremessar, detalhe que a torna mais atrativa nesse sentido.

Fazendo um comparativo, podemos dizer que em relação à praticidade e rapidez tanto na hora da montagem, quanto na troca de isca, com certeza as pastilhas saem na frente. Já em comparação ao tempo de duração na água, isso vai depender das condições climáticas.

Quanto menor a incidência do vento, maior será a durabilidade, tanto no caso da massa quanto da pastilha. Se levarmos em consideração um dia normal sem muita incidência de vento, o tempo de duração da pastilha é de mais ou menos 40 minutos. A massa depende da sua consistência, porém, geralmente, dura um pouco menos, cerca de 25 à 30 minutos em média.

No quesito eficiência (quantidade x tamanho), a disputa fica empatada. Muitos dos pescadores mais antigos não abrem mão e preferem as receitas caseiras de massas, principalmente à base de batata doce, mel e outros ingredientes que ficam guardados à ” sete chaves “.

O material

Neste caso é aconselhável o uso de varas para molinete de 2.10 a 3 m de ação moderada. Aqui, o casting é um dos fatores mais importantes, pois vamos arremessar iscas com peso entre 100 e 150 g e o molinete deve comportar no mínimo 100 metros de linha 0.35 mm. Prefira as linha de náilon porque são mais macias, facilitando a vida do pescador na hora de efetuar o arremesso, além de evitar rasgar a boca do peixe.

Porém se o pescador estiver focado na captura de outras espécies de carpas e quiser um pouco mais de emoção, monte também um equipamento leve direcionado para pesca de fundo. O conjunto pode ser composto por vara de 8 a 15 lb, para carretilha ou molinete, que comporte cerca de 100 m de linha de 0,20 a 0,30 mm.

Como dica final, gostaria de enfatizar que essa pescaria pode ser muito divertida, e pode nos render uma boa oportunidade para a iniciação dos pequenos pescadores, que já podem começar à colecionar grandes troféus nessa modalidade.

Massa para Carpa para a pesca de fundo

  • Ração de Coelho (pequena)
  • Essência de Banana
  • Farinha de Trigo

Despeje a quantidade desejada de ração em um pote. Adicionar água do lago até encobrir a ração e espere uns 10 minutos até que fique umedecida e mole. Em seguida, pingue ou borrife a essência para dar aroma à massa. Para finalizar, adicione a farinha de trigo até encontrar o ponto certo para iscar no anzol ou chuveirinho.

As massas são sempre boas iscas para quem vai em busca das carpas nos pesqueiros