O pacu está presente em muitos rios brasileiros e os grandes exemplares estão sempre ativos em busca de comida
Por Juninho
Pescar pacu é um dos desafios favoritos de muita gente. Alguns comparam este peixe a um tanque de guerra. Isto porque, ao abocanhar a isca, sai em disparada e “passa por cima” do que estiver à frente. É muita emoção.
Para pescar pacu, devemos estar atentos aos detalhes. Como a espécie está sempre atrás de alimento é importante saber ler a água. Cabeças de pedras e travessões são lugares com maior probabilidade de encontrar a espécie porque são formados por fendas e rochas mais altas no fundo do rio, que acumulam mariscos, sementes e outros alimentos.
Nesse caso, para pescar pacu, a ideia é ficar acima desses lugares, cevar e esperar, pois se o pacu estiver por ali vai puxar. Para isso a apresentação da isca tem que ser perfeita, não pode ventilar (girar).
É interessante camuflar o anzol e o encastoado. Uso anzóis pretos sem farpa externo e encastoado de arame de aço rígido e flexível, revestido de nylon na mesma cor. Já as luvas pinto com caneta de tinta permanente preta, o que auxilia muito quando o peixe está manhoso. Vale dizer que o tamanho do cabo de aço deve ser de 8 a 12 cm, para evitar que na hora do embarque o pacu vire e coloque a linha na boca, cortando-a.
O melhor jeito para pescar a espécie é com varas de 2,70 a 3 metros de espera, na técnica que chamo de “balancinho”, que consiste em deixar a vara solta sobre um apoio. Para isso, preparo a vara, enrolando e colando uma corda fina de polipropileno na haste da vara em espiral, que serve de apoio para a regulagem da posição da ponta.
Em vez de girador triplo e peso travado, faço a montagem com o chumbo livre auxiliado por dois giradores. Neste caso, a vara vai estar totalmente livre, denunciando facilmente a pegada do peixe. Uso líderes de um a três metros de fluorcarbono 0,34 mm (invisibilidade e resistência à abrasão) e na perna do chumbo no máximo 25 cm de linha mais fina, que serve como fusível, pois caso o chumbo trave ela se romperá antes deixando a linha principal livre.
Nesta situação a casquinha de sorvete para a soltura da isca é indispensável, possibilitando distâncias maiores que as alcançadas se fossem arremessadas. Por isto a necessidade de varas compridas que compensam na fisgada a elasticidade de muitos metros de linha. Dessa forma, as carretilhas que armazenem mais de 100 m de linha 0,35 mm se tornam as ideais, como as de perfil redondo.
Outro apetrecho que não pode faltar é um grande passaguá. Ele oferece mais segurança no embarque, auxiliando até mesmo a pesagem.
Para finalizar, depois de tudo preparado, ainda vejo como uma grande virtude a paciência. Junte ela a uma boa cadeira, guarda-sol e uma conservadora com comida e bebida para ter uma pescaria agradável, interagindo com a natureza, pois estará sentado em meio às águas, sentindo o vento e observando tudo à sua volta, como o cantar e a revoada dos pássaros, a movimentação dos peixes e ainda por cima o som das águas. Com isso a puxada será mera consequência!