Arremessar bem, colocando a isca no ponto certo, aumentará a sua produtividade
Na pescaria quem mais deve trabalhar é a vara e não seu braço, que deve estar “descansado” para brigar com o peixão. Essa orientação vale tanto para quem usa apenas um braço, ou os dois para fazer um arremesso. E como é isso?
“O que muita gente não entende é que o arremesso consiste apenas em carregar e descarregar a vara. A haste do seu caniço deve trabalhar para potencializar o que chamamos de efeito ‘catapulta’. Esse movimento, que não exige força, é que faz a nossa isca chegar ao ponto desejado”, orienta o editor Pepe Mélega.
Carregar e descarregar a vara quer dizer que a haste deve vergar para trás e “disparar” a isca quando voltar para sua posição original, assim que liberarmos a linha com o dedo.
“A empunhadura é um detalhe importante, na minha opinião. Porque vara e carretilha se tornam parte do seu corpo durante a pescaria. Elas devem funcionar juntas”, aconselha Juninho. “O gatilho das varas para carretilha não está ali por acaso. Ele deve estar no meio dos quatro dedos para travar”, continua.
No caso das carretilhas, o pescador deve sentir “cócegas” no dedo polegar quando for arremessar. Sem isso, o risco de acontecer uma cabeleira é muito maior, já que não existe um freio. “Essa dica também é muito valiosa para quando estiver contra o vento. Se não tomar esse cuidado, vai ser difícil a linha não embolar”, destaca o pescador Juninho.
Regulagem
Um passo muito importante para o bom arremesso é a regulagem da carretilha ou do molinete. Ela deve ser feita sempre de acordo com o tipo de isca, avaliando o seu peso, a situação do vento e a distância que se quer alcançar. Para isso, não tem jeito, o pescador deve saber fazer a leitura de seu equipamento.
“Muitas vezes pode acontecer de trocarmos uma isca pesada por uma mais leve e nisso esquecemos de ajustar os freios da carretilha. Aí é fato: acontece a cabeleira. Então precisamos ficar atentos à regulagem, tanto do centrífugo, como do magnético”, adverte Juninho.
Aos iniciantes fica a recomendação de deixar a carretilha mais “fechada” no freio magnético, aquele que geralmente vai de zero a dez, sendo na ordem crescente um travamento maior. Apesar dos arremessos serem mais curtos, eles sairão melhores. Com o tempo, o pescador pode abrir mais os freios, alcançando distâncias maiores.
Para Juninho, as carretilhas que têm freio magnético e mecânico são mais fáceis de serem reguladas do que as que são munidas de freio centrífugo. E o detalhe: esses modelos não são os mais caros, independente do fabricante.
Durante os treinos o pescador irá notar qual regulagem será a melhor para ele. Por isso é importante levar pesos variados para simular situações com iscas de todos os tamanhos.