Região do Mato Grosso do Sul possibilita fazer uma farta de pescaria de dourados no arremesso com iscas artificiais ou com equipamento de fly
Por Gustavo dos Reis Filho (Gugu)
Quando o assunto é pescaria de dourados acredito que a maioria dos leitores pensa logo naqueles de bom porte e que não só pelo tamanho, mas principalmente por sua força invejável, exigem tralha reforçada para não comprometer o sucesso da pescaria.
Na maioria das situações ninguém pensa em sair por aí a procura da espécie sem estar munido de varas e linhas de no mínimo 25 lb. Perfeitamente certo! E mais certo ainda é que seja no arremesso, corrico de iscas artificiais ou na rodada com iscas naturais, um belo dourado por si só já garante um ótimo dia de pescaria.
Hoje locais aonde podemos capturar vários dourados grandes em um mesmo dia são muito raros, mas se você estiver menos preocupado com o tamanho do que a quantidade aí vai uma ótima sugestão: o Rio Negro que corre pelo Pantanal do Mato Grosso do Sul.
Nesse rio você vai se defrontar com poucos exemplares acima de 5 kg – e que podem chegar até 10 ou 12 kg – mas por outro lado, ao longo de um dia de pescaria vai ter ação quase que constante com peixes um pouco menores, na faixa dos 3 kg. Usando equipamento compatível ao porte do exemplares a alegria do pescador estará mais do que garantida. E como complemento em meio aos dourados sempre aparecem as piraputangas.
Antes de entrar no assunto “tralhas” para essa situação quero falar alguns detalhes sobre o local sugerido, que na minha opinião merece uma visita, especialmente se a idéia for a de levar a família.
Entre dois brejos
Poderíamos dizer que o rio Negro é “protegido pela sua própria natureza”, pois ele nasce na serra de Maracaju e após percorrer cerca de 30 km (calculados em linha reta) some em uma área de 50.000 hectares chamado “Brejo da Anhuma”. Depois ele reaparece do outro lado e corre por mais 90 km (também calculados em uma linha reta) e desaparece novamente em um outro brejo muito maior com cerca de 150.000 hectares chamado “Brejo da Fazendinha”. Em seguida suas águas se transformam em outros rios, como o Abobral e o Vermelho.
Lá na região acontece o seguinte ciclo: na época da cheia dourados vindos desde o rio Paraguai entram no Negro e desovam em suas inúmeras vazantes que são verdadeiros berçários naturais.
A maioria dos adultos volta quando as águas começam a baixar, mas uma boa quantidade deles acaba ficando por lá durante todo o ano, fazendo companhia a enorme quantidade dos dourados juvenis residentes.
Os dois brejos são como uma espécie de filtros gigantes e absolutamente “inavegáveis” em qualquer época do ano. Acesso por terra só na época da seca (agosto em diante) e para aqueles que possuem um bom veículo 4×4 e que sejam bem “traquejados” no seu manejo.
Como se tudo isso não bastasse o rio também tem parte da sua piscosidade garantida por legislação estadual, pois foi (e continua sendo) instituído como o primeiro rio de “captura e devolução obrigatória” do Mato Grosso do Sul e no qual a pesca por lei, só é permitida a partir de hotéis e pousadas instaladas em suas margens.
A tralha
O equipamento recomendado, levando em conta que estamos tratando de dourados, pode ser considerado como “tralha leve”.
Para a pesca com iscas artificiais de superfície ou meia água uso molinetes ou carretilhas abastecidos com linhas mono ou multifilamento entre 15 e 17 lb e montados em varas com aproximadamente 6 pés (1,80 m) de comprimento indicadas para uso com linhas de até 17 lb.
Este pode ser considerado como o material básico que será utilizado na maior parte do tempo. Mas também é prudente ter ao alcance um outro conjunto com uma vara 25 lb para quando aparecerem os dourados grandes.