A técnica Texas Rig muito usada para atrair o black bass funciona muito bem na captura de traíras embarcada ou desembarcada
Por Fábio Zurlini
Pescar traíra com isca artificial tem uma série de opções. Numa visita que fiz à Represa de Capivari, no Paraná, fiz alguns experimentos. Neste local estávamos pescando com a montagem Texas Rig, mas com algumas mudanças , pois as grandes traíras têm força na mandíbula.
O primeiro passo é não aumentar o tamanho do anzol e sim a sua espessura , pois alterar o tamanho do anzol significa comprometer a natação da sua isca soft, um grande erro.
Utilizei um anzol 3/0 extra heave. Outra modificação foi a de não utilizar os cabos de aço, pois igualmente atrapalham a natação da isca. Também não coloquei um líder de multifilamento, pois o peso corre na linha , desgastando e desfiando a linha. O multifilamento molhado faz com que as missangas de vidro não façam nenhum som e, assim, não ajudam a chamar a atenção do peixe. .
Nesse dia, optei então por utilizar um líder de 50 lb de fluor carbon atado a um micro girador, um peso de tungstênio de 7 até 10 g, duas missangas e um anzol wide gape. Na linha principal, para ter maior sensibilidade, fluor carbon de 12 lb.
Quando estamos de soft, o fuorcarbono é muito melhor, pois aumenta a sensibilidade e a tração de sua fisgada. Além de manter sua linha esticada e com a “barriga” correta para uma fisgada perfeita. Seu peso é melhor controlado, diferente das linhas de multifilamento, que não foram desenvolvidas para esse tipo de pescaria .
Definição das iscas
A montagem é muito importante, mas a isca também o é. Com relação às utilizadas, optamos pelas Craw fish e as Tubes, que fizeram grande diferença.
De tons escuros, essas duas iscas são, de consenso geral, as melhores. Tanto as craws como as tubes foram empregados nos tamanhos 3.5, 4.0 e 5.0 polegadas.
As craws são iscas que imitam crustáceos do tipo do lagostim. Desenhadas para a pesca do blackbass, adaptaram-se muito bem para as traíras do Capivari.
Sua função é imprimir muita vibração na sua queda no pesqueiro e tatear o fundo como um crustáceo, sendo que suas antenas e patas são um chamariz para as traíras. São iscas que imprimem muita vibração quando trabalhadas no sistema de Texas rig.
Desse modo, trabalhe sua vara num ângulo de 90 a 180º, recolha, deixe uma pequena barriga e espere a isca assentar no fundo. Em seguida, faça o trabalho novamente, pois é neste período de caída que o predador ataca.
Foi exatamente assim que aconteceu por várias vezes em nossa pescaria no Capivari, proporcionando capturas incríveis.
Os tubes também fazem parte desse universo de iscas softs, e no Capivari são fatais na pesca das traíras. Essa categoria de isca é formada por tubes ocos ou vazados, mas há também os sólidos.
O tube sólido tem a vantagem de descer fazendo uma espiral. Ele desce fazendo um trabalho de círculo, chamado de “spiral technique” pelos Americanos pescadores de Bass. Testamos essa isca e realizamos algumas capturas de peixes menores. Nessa montagem, chamada de No sinker tube, a utilização de um equipamento mais leve é bem melhor, e a isca não deve ter nenhum peso extra, só o da própria isca, para não atrapalhar seu trabalho de descida.
É muito utilizado quando o peixe está na meia água, que não era o caso da nossa pescaria no Capivari. Nesse dia, as traíras estavam manhosas e no fundo, pouco pegamos, elas não estavam nas margens, só capturamos peixes entre 5 a 10 metros, ótimo para quem gosta de uma pescaria bem parecida com a de Bass.