A pesca da espécie está restrita na Amazônia para evitar morte de botos
Por Alex Koike
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou um grupo de trabalho para identificar técnicas e métodos sustentáveis para o exercício e controle da atividade pesqueira da piracatinga (Calophysus macropterus), também conhecida como douradinha.
Em 2015, um decreto restringiu a pesca da espécie na tentativa de coibir a matança de botos no Amazonas. Isso porque o mamífero era usado como isca para a captura do peixe.
A decisão foi publicada em um portaria Nº 9 (SAP/MAPA nº 11) no Diário Oficial da União no dia 18 de janeiro de deste ano (2021).
Hoje, o foco estará voltado para a inclusão dos pescadores em uma atividade legal e sustentável, reduzindo as práticas de pesca predatória e problemas associados à pesca dessa espécie de elevada importância local nas comunidades amazônicas.
Essa ação vai envolver órgãos, instituições e entidades na esfera federal e estadual, e representação de categorias, relacionados à biodiversidade amazônica, fiscalização ambiental e a atividade pesqueira.
Dia-a-dia
O grupo de trabalho se reunirá mensalmente, em datas definidas pelos seus membros e de maneira extraordinária.
Nessas reuniões serão apresentados o relatório das atividades do grupo para subsidiar as discussões quanto à moratória da pesca da piracatinga.
Também serão avaliadas as informações técnico-científicas antecedentes e as atualizadas da dinâmica populacional das espécies de botos (Inia geoffrencis e Sottalia fluviatillis) e jacarés (Caiman crocodilus e Melanosuchus niger) e os efeitos das moratórias instituídas pelas Instrução Normativa Interministerial MPA/MMA nº 6/2014 e Instrução Normativa SAP/MAPA nº 17/2020 para a recuperação destas espécies.