Proibição da pesca do dourado seria desnecessária em MS, segundo estudos

Embrapa Pantanal, Imasul e Polícia Militar Ambiental apontam que cardumes de dourados não correm riscos nos rios de Mato Grosso do Sul

Um Projeto de Lei que protege a espécie por cinco anos pode ser sancionado pelo governador Reinaldo Azambuja

Se aprovar a proibição da pesca do dourado, o governador Reinaldo Azambuja (PSBD) vai contrariar pesquisas técnicas. Isso porque levantamentos feitos pela Embrapa Pantanal, o Imasul e a Polícia Militar Ambiental indicam que não há riscos para a espécie nos rios de Mato Grosso do Sul. O Projeto de Lei que prevê a “cota zero” por cinco anos e multas que vão até R$ 27 mil já foi aprovado na Assembleia.

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A Embrapa fez um levantamento sobre os cardumes de dourado entre 1994 e 1999. Mas, ainda no começo do debate sobre o Projeto de Lei no ano passado, garantiu que desde 2007 coleta informações para manter dados atualizados.

O Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul também aponta que o dourado está fora de perigo. As estatísticas são coletadas pela Polícia Militar Ambiental, que controla a quantidade de exemplares abatidos pela pesca profissional e pela amadora.

“Há muitos anos estamos fazendo pesquisas”, garante o coronel da Polícia Militar Ambiental, Ednilson Queiroz. Em Mato Grosso do Sul os peixes abatidos devem receber um lacre, o qual registra a captura de cada um. É por meio desta coleta de dados que pode ser possível determinar se existe ou não a sobrepesca.

“O que tem solucionado o problema da sobrepesca é a implementação do tamanho máximo de captura”, sugere Queiroz. “Porque cada geração preservada irá se reproduzir e garantir a variabilidade genética. E assim as espécies ficam menos sujeitas aos impactos ambientais que anteriormente haviam afetado os antepassados”, explica.

A preocupação de colônias de pescadores e de instituições contrárias à “cota zero” é o surgimento de uma superpopulação de dourados. A espécie está no topo da cadeia alimentar. Tal acontecimento poderia provocar um encurtamento do período de proibição da pesca, a piracema, para que os cardumes fossem controlados. Mas esta alternativa dependeria de uma mudança na Lei estadual.