Nos dias mais quentes, esta pode ser uma ótima alternativa para fisgar a espécie
Por Fábio Zurlini
Quem já fez a pesca de traíra com o popular sapinho sabe que é espetacular. Destaco que o sapinho também pode ser chamado de frog ou sapo artificial. Cada um tem sua maneira.
Sugiro o uso do sapinho para em dias quentes. Quando a atividade da traíra se torna mais intensa nas primeiras horas do dia e no final de tarde. Mas nada impede que o pescador as capture durante todo o dia.
Por isso mesmo, as traíras vão atacar suas iscas artificiais por dois motivos: instinto de caça ou territorial. É nítida a diferença. Nos momentos de caçada toda a população estará voltada a essa atividade nas represas. Agora, se for apenas defesa do território ou até mesmo por raiva, os ataques são isolados.
Outra característica que pode mostrar como está o comportamento do peixe é o seu modo de investir para abocanhar a artificial. Se a espécie atacar a isca de primeira, provavelmente estará caçando. Agora, se a ação se der depois de a isca passar quatro, cinco vezes no mesmo ponto, então pode-se dizer que foi por provação, defesa de território.
Dentro do mato
O palco de batalha será a vegetação. Nessa situação escolho duas iscas artificiais que são muito utilizadas, pois têm como principal característica serem difíceis de enroscar. São elas: a buzzbait e frogs.
Essas iscas foram criadas originalmente para tirar o black bass da vegetação; em muitos casos, ficaram guardadas e até esquecidas nas caixas de pesca, por terem uso bastante específico, mas hoje voltam com grande destaque na pesca da nossa traíra.
Para que a escolha das duas iscas atenda a suas necessidades, o pescador deve usá-las sem medo de enroscar, e pinchar por cima do mato. Lembre-se: você estará usando uma isca que dificilmente enrosca, use-a, então, para cobrir grandes extensões de vegetação, sempre fazendo a artificial passar pelas clareiras ou buracos, porque será ali o ponto de ataque do predador.
As iscas
Vamos começar pela buzzbait. Essa isca tem seu desenho em V, com a ponta do anzol voltada para cima, como o spinnerbait, mas foi desenhada para trabalhar na superfície, com o objetivo de fazer barulho na superfície e irritar a traíra ou bass.
O buzzbait, no meu ver, só tem uma limitação, que é a de ele não ser desenhado para vegetações mais altas, porque ele enrosca um pouco. Eu procuro usar essa isca em vegetação baixa e, principalmente, nos corredores ao lado do capim. Essas paralelas são, sem dúvida, o forte dessa isca, atraindo a traíra que está na boca do capim.
Seu trabalho é simples. Tente lançar a buzzbait de modo que ela passe o mais próximo possível da estrutura. Vale lembrar que esta é uma artificial que afunda; por isso inicie o recolhimento assim que ela tocar a superfície da água.
É muito importante começar a recolher logo a isca, para ela começar a rodar suas lâminas e estabilizar o nado e fazer barulho. Parar o trabalho pode ser sinônimo de enrosco.
Alterne sua velocidade, ora mais lento, ora mais rápido, para tentar descobrir o comportando do animal.
Para a buzzbait
Quando pesco traíras, minha primeira atitude é reforçar o material, ainda mais nessa situação. Por estar pescando na vegetação ou muito perto dela, é normal fisgar o peixe e o mato vir junto.
Entre as linhas, costumo usar a monofilamento de náilon ou fluorcarbono. No primeiro caso, o náilon afunda menos que o fluorcarbono, tem maior elasticidade, o que faz a isca trabalhar ligeiramente melhor. Eu costumo abastecer a carretilha de perfil baixo com náilon de 14 lb.
Já na segunda opção, por ser menos elástica, a fisgada é mais firme. Devido ao uso de uma linha mais resistente a abrasão, utilizo modelos com 10 ou 12 lb de resistência, o que ajuda a conseguir arremessos mais longos.
Para trabalhá-las, uso varas de 8 a 20 lb, ação rápida para arremessar iscas de 11 a 14 g. Prefiro modelos mais compridos, de 6´ a 6´6´´.