Pescaria de matrinxã nos pesqueiros

Espécie povoa as represas de muitos pesqueiros e pode ser fisgada de diversas formas. Confira nossas dicas e aproveite!

Por Alexandre Olo

De origem amazônica, a matrinxã (Brycon Cefalus ) é um peixe de escamas. Com o corpo alongado, tem grande agilidade na hora de se deslocar para se alimentar e caçar. Possui dentição muito forte e pode atingir mais de 5 kg.

Geralmente habita locais de águas limpas e se concentra próximo às estruturas, aguardando para atacar suas presas.Tem como característica mais marcante os belos saltos e acrobacias que realiza na tentativa de se livrar do anzol quando fisgada.

Observe o local

Antes de decidirmos que técnica ou que tipo de isca usar, devemos inicialmente fazer uma boa observação no lago. Geralmente quando o peixe está mais ativo e subindo para se alimentar na superfície, a melhor opção seria utilizar boias de arremesso com chicote bem curto (entre 30 cm e 50 cm).

Se estiver frio e os peixes se mostrarem pouco ativos na superfície, a pescaria de fundo ou meia água pode ser mais produtiva.

Podemos citar como outra característica marcante dessa espécie o fato de serem muito territorialistas. Ou seja, geralmente ficam situadas em uma certa parte do lago.

Por isso, depois de identificar o local onde estão mais presentes, é só investir até acertar a isca.

Alexandre Olo acumula bastante experiência na captura de matrinxãs em pesqueiros

Dica:

Quando fisgadas, as matrinxãs tendem a saltar e a correr com a linha rapidamente em várias direções. Se estiver com algumas varas em espera, o pescador deve tentar controlar o peixe o mais depressa possível. Caso contrário, o enrosco de linhas acaba sendo inevitável.

Outra dica muito importantes na hora de manusear o peixe é nunca usar alicates de contenção para retirá-lo da água, nem mesmo para fotografar, pois sua mandíbula é muito frágil.

Na boia ou no fundo?

Se optarmos pelo uso de boia, então podemos utilizar varas de 1,8 a 2,4 m para linhas de 15 a 20 lb para carretilha ou molinete, abastecidos com linha 0.35 mm.

O chicote pode ser confeccionado com monofilamento ou fluocarbono de 0.40mm.

Podemos também optar pelo uso de um pequeno encastoado de mais ou menos 5 cm antes do anzol para evitar que os seus dentes afiados acabem cortando a linha. Ressalto que isso pode afetar ou até mesmo diminuir o número de capturas.

No caso da pesca com boia “cevadeira”, na maioria dos casos, não existe necessidade do uso de encastoado. E isso se dá quando a fisgada é feita de modo mais rápido.

Então, a tendência é que o anzol acabe se acomodando no canto da boca. Isto dificulta o acesso da linha aos dentes do peixe.

As melhores opções de isca nesse caso costumam ser a própria ração (furadinha ou molhada com pinga),ou as imitações feitas com eva ou cortiça.

Já na pesca de espera com boia, um fato muito comum é que na maioria das vezes a matrinxã acaba se fisgando sozinha. Seu ataque é tão rápido que o pescador só percebe que a boia afundou quando a vara já está envergada. E o peixe salta pela primeira vez na tentativa de se livrar do anzol.

Algumas iscas artificiais são muito atraentes para as matrinxãs. Verifique se o pesqueiro permite o uso delas

Boa estratégia

Se não obtivermos ação na superfície e nem na meia água, podemos então optar por uma montagem simples de fundo que pode ser feita da seguinte maneira:

Deixe o chumbo solto na linha principal e no final adaptamos um stop de borracha ou eva antes de amarrar o girador. Assim diminuímos o atrito entre o chumbo e o nó.

Depois amarramos um pequeno chicote de monofilamento (0.40/0.45mm) de mais ou menos 20 cm ou cabo de aço de 20 lb, e no final o anzol.

Para essa técnica dê preferência ao uso de varas de ação média. Elas oferecem menor resistência na hora que o peixe carrega a isca, dificultando a percepção do ataque antes da fisgada. As iscas mais atrativas nesse caso são a salsicha, fígado de frango e as massas à base de ração P40 ou carnívora.

Mais uma dica

Para o chicote é melhor utilizar linhas de cor transparente. A linha principal pode ser de cor mais viva, facilitando assim a visualização do pescador, nas horas em que ocorrem as investidas do peixe na isca.

Além de muito esportiva, a pescaria de matrinxã pode ser bem divertida e movimentada. Ela é capaz de propiciar belas fotos e grandes emoções.