Mesmo sendo um dos peixes mais pescados no mundo, não há registros superiores a 10 kg
Por Lielson Tiozzo
O recorde do black bass está próximo de completar 10 anos. Mas se for levar em conta o primeiro registro, o tabu é ainda mais longo: 87 anos.
Em julho de 2009, Manabu Kurita pescou um exemplar de 10.12 kg no Lago Biwa, no Japão. Este peixão empatou o então recorde da espécie Micropterus salmoides. Isto porque, em 1932, nos Estados Unidos, George W. Perry havia capturado um bass de 10.09 kg.
Os menos de 5 gramas que separam um exemplar de outro, no entanto, não foram suficientes para desempatar o recorde, seguindo os critérios da IGFA.
O black bass pode ser considerado o peixe de água doce mais pescado no mundo com iscas artificiais. Somente nos Estados Unidos, a espécie movimenta a principal competição de pesca do mundo: Bassmaster Classic, a qual rende premiação milionária aos vencedores.
No Japão, a espécie também conta com uma legião de fãs. Diversos torneios são promovidos nas províncias. Um dos mais importantes é o Japan’s Basser AllStar Tournament. Esta competição tem um status similar ao Bass Master dos EUA, uma vez que também reúne os principais pescadores do país e conta com grande assistência de público.
Com estas duas potências econômicas envolvidas, é fácil imaginar a importância da indústria de materiais desenvolvidos para a espécie. Via de regra, muitos dos melhores equipamentos de pesca com iscas artificiais vendidos no Brasil são, na verdade, desenvolvidos para o black bass. E acabam adaptados aqui, para as pescarias de tucunarés, traíras, robalos… As iscas artificiais passam pelo mesmo processo.
A pesca ao bass no Brasil está concentrada, sobretudo, no Sul e no Sudeste. A espécie se adaptou em alguns lagos naturais e em outros particulares. Mas nem de longe atinge proporções como os dos Estados Unidos e do Japão. Tampouco os basses brasileiros podem ser comparados com os do México e de alguns países da Europa, como Portugal e Itália.
Será que sai um de 11 kg?
Mesmo com tanta popularidade no mundo, o bass não consegue ter um volume de solicitações de recorde nas categorias mais importantes (peso e comprimento). É o contrário dos tucunarés. Somente o açu possui cinco empates na categoria “All Tackle Lenght” registrados entre 2014 e 2018. O azul, por exemplo, está empatado na categoria “All Tackle” com dois registros entre 2011 e 2017.
Seria na faixa de 10 kg o limite de peso de um black bass? Afinal de contas, dois peixes em locais muitos distantes pesaram quase a mesma coisa. E ninguém apresenta um peixão maior para a IGFA.
Falta empenho para tentar encontrar um maior, mesmo com essa legião de fãs?
As respostas para estas perguntas, somente o tempo irá mostrar para o mundo da pesca…