Muitos pescadores ficam deprimidos depois daquela jornada excelente e logo precisam retomar a rotina
Como lidar com a depressão pós-pescaria? Ela existe, mas não é uma patologia como a depressão ligada à tristeza e que precisa ser tratada por um profissional da psiquiatria. O pescador sabe bem: a hora que termina uma jornada bate aquele sentimento de “queria mais” o qual é muito difícil de lidar nos primeiros dias.
Por que o pescador, então, fica deprimido? Antes da ida para a pescaria é só alegria. O planejamento e a escolha dos materiais compõe um ritual muitas vezes até mais prazeroso. Depois vem o encontro com os amigos e uma eventual longa viagem. O sujeito se enche de expectativa e pode confirmar os seus desejos com grandes capturas.
Depois daqueles dias de alegria vem o último arremesso. A última captura, que pode ser do maior exemplar. Aí, finalmente, o pescador fecha o zíper da mala e parte para sua casa. Se no dia seguinte ele já precisa retomar à rotina diária, pronto. Fica pensando, fica nostálgico. Mas para não ficar remoendo, a solução é simples: pensar na próxima!
“O pós-pescaria para mim tem sido um grande compilador de lembranças dos momentos que vivi na pescaria, com fotos e vídeos. Muitas vezes acabo escrevendo textos sobre a pescaria. Então facilita muito, trazendo mais alegria que depressão propriamente”, aponta Guilherme Monteiro.
“Existe sim pescaria que é difícil de ir embora. Pescaria boa é aquela que a gente vai embora com vontade de logo voltar”, resume Maicon Bianchi.
Mas há quem nem chegue a ficar deprimido. Apenas sente “uma pequena preguiça” para retomar o trabalho. “Isso é por um dia ou dois, no máximo! Nem chega a ser difícil e só acontece nas jornadas de mais de três dias, porque as de um dia são mais de uma por semana. Então, com sorte, nem dá pra sentir”, descreve Domingos Bomediano.
E você, pescador? O que faz para curar a depressão pós-pescaria?