Pele de tilápia trata queimadura de pele

Pesquisadores cearenses apresentaram os resultados da pesquisa em evento internacional da saúde

Por Lielson Tiozzo

A pele de tilápia é uma boa alternativa para tratar queimaduras, de acordo com uma pesquisa feita por cientistas da Universidade Federal do Ceará. Isto só é possível porque o tecido do peixe tem características semelhantes com a pele humana.

Os resultados chamaram a atenção da ciência mundial. A pesquisa foi uma das escolhidas para ser apresentada na edição de 2018 do World Innovation Summit for Health (WISH), nem novembro passado, em Doha, no Catar.

O evento é uma feira de inovação em saúde com representantes de mais de 100 países. A indicação da pesquisa cearense foi feita pelo Centro de Políticas para a Saúde, do Imperial College de Londres, no Reino Unido.

A capacidade de cicatrização da pele de tilápia já havia sido testada em ratos, na China. No entanto, foi no Ceará que os experimentos se deram em vítimas de queimaduras. O procedimento havia sido aplicado com sucesso em dezenas de pacientes em 2017, com queimaduras de segundo e terceiro grau.

“Habitualmente, a pele deste peixe é desperdiçada por isso estamos a utilizar este produto para o benefício da sociedade”, explica à agência Reuters, o professor Odorico de Morais, professor na Universidade Federal do Ceará (UFC).

Antes de ser aplicada nos doentes, a pele é tratada e submetida a um tratamento por radiação que elimina qualquer vírus que possa estar alojado na pele do peixe. Depois do tratamento, o tecido fica com um prazo de validade de dois anos e é inodoro.

Entre uma das vantagens da pele de tilápia esta também o baixo custo. A espécie se desenvolve com grande facilidade em cativeiros e pode ser facilmente criada.

A pele de tilápia já teve sua efetividade testada e aprovada em tratamentos contra queimaduras (Foto:
ACERVO DR. EDMAR MACIEL /SPUTNIK NEWS )