Mato Grosso: piracema de outubro a janeiro e possível cota zero por 5 anos

Reunião do Conselho Estadual de Pesca concluiu que o período de defeso dos últimos anos foi um sucesso

Por Lielson Tiozzo

A piracema em Mato Grosso se dará de 1º de outubro de 2019 a 31 de janeiro de 2020. A definição se deu depois de uma reunião do Conselho Estadual de Pesca. Será a quarta temporada seguida que o defeso será implementado neste mesmo período. O estado também avalia a implementação da cota zero do transporte do pescado.

O período de proibição no estado é diferente dos demais que compõe a Bacia do Rio Paraguai, por exemplo. Em Mato Grosso do Sul a piracema vai de novembro a fevereiro. A decisão do Cepesca é pautada em estudos, os quais identificaram que o período de reprodução dos peixes no rios do estado termina em janeiro.

De acordo com estudo coordenado pela professora e pesquisadora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), doutora Lúcia Aparecida Mateus, a probabilidade de que os peixes estejam em reprodução é de 80% entre os meses de outubro e dezembro. Janeiro é o mais importante para a reprodução dos peixes de couro e para a Bacia do Alto Paraguai.

“Iniciamos os procedimentos de avaliação e monitoramento dos dados em 2015 e atualmente temos mais de 10 mil registros, aumentando a segurança e assertividade nas avaliações”, explicou a pesquisadora. No estudo feito em 2018, também foi constatado que os períodos reprodutivos para peixes de couro e escama seguem padrões muito similares.

Nova política de pesca

O encontro também serviu para formular uma nova política de pesca nos rios de Mato Grosso. A proposta será entregue ao governador Mauro Mendes. O documento prevê cota zero para captura e transporte na modalidade pesca amadora pelo período de cinco anos.

Após esse período, as definições sobre cota, tamanho de pescado ou proibição de captura de determinadas espécies deverá ser regulamentada pelo Cepesca. por meio de resolução baseada em estudos científicos. Assim como já ocorre com a definição do período de defeso.

A cota zero do transporte do pescado é uma meta vislumbrada por diversos estados brasileiros