Dez curiosidades sobre o dourado

Peixe que atrai milhares de pescadores para lugares como o Pantanal e a província de Corrientes, na Argentina, é chamado também como “rei do rio”. A seguir listamos muitos detalhes sobre o fascinante dourado

Dez curiosidades sobre o dourado. 

1 – “Rei”: não há uma explicação científica para este apelido. A mais cabível é de que o dourado está no topo da cadeia alimentar onde vive e, por isso, merece ser tratado como majestade.

2 – São canibais: os dourados são tão agressivos que praticam o canibalismo. Exemplares menores podem ser atacados por maiores com frequência, sobretudo em locais com concentrações de grandes cardumes. 

3 – As fêmeas são muito maiores: os machos dificilmente ultrapassam os 8 kg, enquanto que as fêmeas podem atingir mais de 12 kg com certa facilidade em locais onde o ambiente as favoreça, como nos trechos finais dos rios Paraná e Uruguai. 

4 – O recorde do dourado é: 25.28 kg, no Rio Uruguai, em Concórdia (Argentina). Data: 11/01/2006. Pescador: Andre L. S. de Botton.  

5 – Parente do salmão? Existe uma crença que ambos peixes sejam parentes, mesmo sendo encontrados em lugares completamente distantes e diferentes. A confusão se dá porque o dourado pertence ao gênero Salminus, que significa “pequeno salmão”, mas eles apenas fazem parte de um mesmo nicho ecológico.

6 – Tabarana é dourado? Não! Mas, neste caso, são parentes de gênero. A tabarana é Salminus hilarii, e pode ser encontrada nas bacias do Rio Grande e Tietê, na região Sudeste, e em alguns pontos isolados da Bacia Amazônica. Já o dourado, além de ter a coloração como o próprio nome sugere, tem sua população mais abrangente, sendo visto em pelo menos cinco países diferentes. 

7 – Dourado amazônico? Não se sabe como o dourado chegou à Bacia Amazônica. Existe uma forte possibilidade de que a conexão tenha se dado por meio de algum afluente do Rio Paraguai, na Bolívia. Na região boliviana do Tsimane, no Rio Orinoco, são pescados lindos dourados, os quais são denominados como Salminus affinis

8 – Brasiliensis = Maxillosus: São os mesmos dourados, porque ambos são pescados em rios que compõe a Bacia do Rio da Prata. No entanto, a exemplo do affinis, aquele que é pescado em rios amazônicos como Orinoco e Magdalena, o Salminus franciscanus é o dourado encontrado na Bacia do Rio São Francisco.

9 – Merece “cota zero”: o dourado é um dos peixes que mais movimentam o turismo da pesca. Sua captura pode ser feita com o uso de equipamentos simples até aos mais sofisticados, com praticamente todos os tipos de isca. Em alguns locais seu abate é proibido ou limitado a apenas um exemplar por pescador, como, no Rio Paraná, em Corrientes, na Argentina. No Tsimane, na Bolívia, o peixe também é protegido. No Rio Grande do Sul, no Paraná, no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso a espécie é vedada.

10 – Hidrelétricas são inimigas: durante o período de reprodução, na piracema, os cardumes de dourados podem percorrer até 400 km, com uma média de 15 km diários. As fêmeas procuram a cabeceira dos rios para a desova. Em lugares onde existem barreiras naturais, como grandes ou pequenas hidrelétricas, os cardumes não avançam e o ciclo reprodutivo fica comprometido. Este motivo somado à pesca predatória são os apontados pela diminuição dos cardumes nos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul ao longo das últimas décadas.   

Quando fisgados, os dourados não se rendem facilmente. Costumam saltar com o corpo inteiro para fora d’água