Um dos maiores produtores de pescado do mundo se baseou em estudos para tomar a decisão
Por Lielson Tiozzo
Bangladesh decidiu proibir completamente a pesca em sua costa por 65 dias. A decisão tem como propósito aumentar o estoque de peixes. O país asiático calcula que uma de suas principais fontes de renda está ameaçada por conta da pesca predatória.
“Esses recursos se esgotarão um dia se não os usarmos de forma sustentável. Devemos deixar os peixes crescerem e se reproduzirem. Caso contrário, teremos que sofrer no futuro”, avalia o ministro de Pesca e Pecuária, Ashraf Ali Khan Khasru, para o jornal Dhaka Tribune.
Para justificar a proibição, o Ministério da Pesca bangladês apresentou uma lista de espécies com risco de sumirem do mapa pesqueiro. O documento foi apreciado pelo Supremo Tribunal, que decidiu acatar o pedido.
Constam na lista: 475 espécies de peixes, 36 espécies de camarão, 15 espécies de caranguejo, sete espécies de lulas, cinco espécies de tartaruga, 56 espécies de algas e 301 espécies de caracóis e ostras da Baía de Bengala – das quais, entre 85 a 90 são comercialmente importantes.
A proibição durará de 20 de maio a 23 de julho. Este é um prazo que pesquisadores locais calculam que coincida com um período de reprodução. A rotina de pesca nesta época, até então, não sofria qualquer alteração.
Banhado pelo Oceano Índico, Bangladesh está entre os maiores produtores de pescado do mundo de acordo com a ONU. O principal peixe encontrado na região é o arenque, o qual tem muita aceitação no mercado asiático.
E por conta de possuir uma enorme cadeia produtiva, o governo local sofre com a resistência de pescadores. A preocupação se dá porque durante os 65 dias de proibição eles não terão fonte de renda. Não há informação sobre um “seguro”, conforme funciona no Brasil e em diversos países da América do Sul enquanto vigora um período de proibição.