O equipamento e as técnicas que você precisa saber para ter ótimos resultados
Por Juninho
A pescaria de ceva é algo simples e dinâmico. A ceva é fundamental e deve ser preparada alguns dias antes. O milho pode ser cozido ou usado cru, bastando apenas deixá-lo de molho algumas horas antes para que absorva a água (o mesmo pode ser feito com a quirera de milho e o arroz). São muitas receitas e ingredientes; cada pescador tem sua fórmula mágica, lembrando que 70% do volume da ceva pode ser de milho.
São dezenas de iscas. Vou citar as que tenho usado com mais frequência para me dar bem: caramujo em pedaços, caranguejo inteiro ou em pedaços, milho do cevador ou de lata e, claro, a minhoca, uma das maiores fontes de proteína da natureza. Como disse, a sequência faz maravilhas.
Adaptei o iscador de caramujo para a minhoca – veja, nas fotos, a praticidade e a eficiência da ferramenta, que isca a minhoca de um forma incrível, não deixando pontas e induzindo o peixe a colocar a boca no anzol.
Os conjuntos
Costumo pescar com três conjuntos de vara e carretilha. O primeiro consiste em uma vara longa de 2,7 m com carretilha de perfil redondo, carregada com linha monofilamento 0,40 mm. Acredito que, por ter muitos metros de linha dentro d’água, a mono se torna muito mais resistente a abrasão.
O conjunto de linha e isca é solto no copinho, um apetrecho que, sem dúvidas, é importante para o sucesso da pescaria, pois com ele há a possibilidade de enviar a isca centenas de metros abaixo de onde você está fundeado.
Nesta vara, uso como isca caranguejo inteiro ou em pedaços. A distância entre o barco e a soltura da isca é de até 80 m, mas, durante o dia, vou mudando de lugar até achar o peixe. Priorizo espécies maiores, mais velhacas (piapara, pacu e piavuço), que, devido a profundidade do rio, que é raso, não se aproximam da embarcação – lembrando, também, que o silêncio a bordo é fundamental.
O segundo conjunto é composto por uma vara média de 1,80 m com carretilha carregada com linha multifilamento 0,23 mm. Arremesso a 30 ou 40 m de distância e deixo à esquerda, na espera. Costumo usar, como isca, o caramujo em pedaços.
Por fim, o terceiro conjunto é uma vara pequena usada nada rodadinha, de 1,3 m, com carretilha carregada com linha monofilamento 0,33 mm.
É importante usar o chumbo adequado, que não pode ser muito leve ou pesado, pois a técnica consiste em soltar a linha com a isca de minhoca próxima ao cevador, e garimpar rio abaixo. Faço rodadas curtas, como 40 ou 50 m, e confesso que é com esta vara que me divirto mais – são peixes pequenos, mas que geram muitas ações há enquanto aguardo os exemplares maiores atacarem as varas de espera.
É recomendável que o pescador tenha um ou mais conjuntos na reserva, lembrando que, se houver um companheiro, são duas varas para cada pescador, uma solta no copinho e outra na mão, na rodadinha.
Mais equipamentos
Os modelos e tamanhos de anzois dependem muito das espécies que serão capturadas, mas sempre uso o encastoado, que eu mesmo preparo – outra coisa que gosto em relação à modalidade. Mesmo o da varinha de mão, em que uso minhoca, se não encastoar o pacu-prata pode cortar a linha ou até mesmo o anzol.
Sempre opto por pescar em lugares de até 4 m de profundidade. Neles, a rodadinha é tranquilo, pois, no Pardo, as áreas rasas são maioria. Esses locais também são produtivos, mas praticar a rodada é difícil, lembrando que a produtividade é maior quando fundeamos próximos a canais e cabeças de pedra.
O líder de fluorcarbono é indispensável. Uso, na rodadada, a 0,31 mm e 0,40 mm na espera. Outro item que não pode faltar é o salva-varas.
Cadeira, suporte e guarda-sol também são indispensáveis. Por fim, um bom motor e barco completam a tralha.