Modelo chatterbait é bastante recomendado para pescar a violenta espécie
Por Fábio Zurlini
A traíra parece atacar a chatterbait por raiva, tamanha a violência empregada na hora do ataque.
Mas antes de colocá-las em ação, primeiro você deve escolher a cor de sua artificial. Hoje posso falar que a duas cores marcantes para a pesca da espécie são a vermelha e a preta. Isso acontece provavelmente porque elas ficam mais destacadas na cor de água em que costumo pescar, que tende a ser uma água limpa, mas levemente barrenta, comum nos açudes de todo o País.
Caso o local em que você for pescar tenha a água limpa, uma isca com cerdas transparentes, com dorso mais escuro ou cores escuras e naturais (green pumpkin), é quase certo que terá bons resultados.
Depois da cor, você terá que descobrir a melhor faixa de captura, o que é relativamente fácil porque a chatter pode ser trabalhada em qualquer profundidade, basta variar o seu recolhimento de rápido para lento.
Por esse motivo gosto de usar a chatterbait para explorar regiões do lago que tenham uma maior profundidade, com paus e pedras, ou até mesmo nas laterais da vegetação. Geralmente são lugares em que o pescador deixa de pescar por não ter uma isca apropriada que alcance o ponto desejado ou por ter medo de usar um plug que acabe enroscado. A chatterbait vai acabar funcionando como um spinnerbait.
Como trabalhar
Como diz meu amigo e guia Braguinha, “não é o pescador que define forma e trabalho da isca, mas o peixe e como ele estará comendo”.
Seguindo esta linha de raciocínio, vario a velocidade de recolhimento ou de caída da isca dentro das seguintes formas de trabalho: no fundo, com recolhimento contínuo em que a isca percorrerá uma grande área pelo fundo, passando ao lado das estruturas; recolhimento na meia- água, que é realizado com o recolhimento e eventualmente com paradas ou toques para capturar o peixe suspenso; e finalmente o rápido logo abaixo da superfície, que é mortal para as traíras.
Para isso, o recolhimento continuo deve ser acelerado assim que a isca tocar a água e não parar de recolher. Ela vem passando pelas estruturas e, ao bater, a breve pausa que ela faz no nado é o momento em que o peixe costuma atacar.
Se você parar de recolher quando estiver passando pela estrutura, é provável que ela enrosque.
Que utilizar?
Vou começar pelas varas. Hoje uso dois modelos acima e 6´. A primeira é uma Cyclone da Megabass, F4-66X para linhas de 8 a 20 lb e ação regular. Uso esse modelo para iscas menores e trabalho mais lento, sem exercer muita pressão na ponta da vara. Com ela trabalho um pouco mais fundo e consigo uma boa vibração.
O outro modelo é uma Elseil, F4-6.11X, também da Megabass. Ela também é indicada para linhas de 8 a 20lb, só que possui uma ação mais rápida que a anterior. Por ela ser mais comprida e rápida, consigo maior distância nos arremessos, trabalhar um chatter mais passado (cerca de 10 g a 14g) e rápido (aquele usado rente à superfície), sem comprometer a fisgada.
Para formar o conjunto, uso carretilha de perfil baixo, que é bastante confortável e anatômica, abastecida com linha da marca Sunline.
Para o recolhimento contínuo, uso a Machinegun Cast de 12 lb. Trata-se de uma linha de náilon, extremamente macia, o que ajuda a ganhar distância nos arremessos. Sua cor marrom praticamente a deixa invisível no lagos onde pesco.
Se a intenção for uma linha de resposta mais rápida para fisgadas precisas e mais sensível para percepção de estruturas em locais mais fundos, uso FC Sniper de 12 lb, que é um fluorcarbono transparente.