Varas de pesca compridas: usar ou não, eis a questão?

Devemos, antes de mais nada, observar onde vamos pescar e que tipo de pescaria pretendemos fazer

Por Pepe Mélega

Varas de pesca compridas oferecem boas vantagens. Sou fã de varas maiores de 6’ ou mais, mas elas têm aplicações distintas em minha opinião, e vale explicar. O padrão de pesca com iscas artificiais em nosso país é embarcado com trabalho dessa junto à superfície com arremessos curtos, dificilmente superando 30 metros de distância e em sua maioria trabalhadas de modo rápido.

Temos que dar a mão à palmatória, porque nesse caso caniços de pesca mais curtos são ideais pelo conforto ao trabalhar essas iscas.

Assim sendo, sou usuário de varas entre 5’3” a 5’8”, com frequência, em minhas pescarias de robalos, traíras e tucunarés. Mas há situações como, por exemplo, a pesca com iscas soft no robalo, em que um caniço longo (6’2” a 6’4”) é mais do que desejável – não pelos arremessos longos, que nesse caso não são necessários, mas sim pela capacidade de melhor telegrafar a pegada na isca, pela eficiência maior da fisgada e principalmente pela potência de alavanca.

Vamos notar um comportamento de trabalho de iscas de profundidade como cranck baits muito mais eficazes quando recolhidas com caniços longos e mais flexíveis do que com esses curtos que nos encantam na pesca do tucunaré.

Em suma, para conseguir sucesso, precisamos ser mais técnicos até na escolha adequada de nossos equipamentos. O corrico em águas internas pede um caniço mais longo e moderado em sua ação. Uma isca de hélice de porte grande é trabalhada de maneira mais confortável com um caniço longo, e, se usarmos um molinete, se torna ainda mais natural o movimento de recolhimento.

Não avalio um caniço longo somente para arremessar seu engodo a uma distância longa; associo esse a um trabalho melhor de determinadas iscas.

Pepe Mélega faz diversas ponderações sobre o uso de varas compridas numa pescaria