Mesmo numa pescaria que pode parecer sempre rústica é possível inovar e desenvolver novidades
Por Pepe Mélega
A pescaria de piapara é realmente simples. Mas nada nos impede de experimentar técnicas novas e equipamentos nem tão convencionais para capturar a espécie.
Usei uma vara de 6’2”, indicada para linhas de resistência entre 5 e 12 lb. Este caniço foi originalmente criado para a pesca do black bass com diversas técnicas, mas ela se adaptou otimamente a essa pescaria e tenho usado com freqüência nesse tipo de pescaria. A linha foi multifilamento de 0,23 mm, que é muito forte (não precisava tanto) e o peso (o chumbo) variou de acordo com os locais escolhidos (variação de 10 a 25 g).
O anzol? Modelo maruseigo número 16, iscado com pedaços de curimbatá, como mencionei. Sim, um pequeno embate de aço, mas pequeno mesmo, de uns 3 cm.
A pegada é mais forte que no milho, tenho a impressão de que o ataque é mais agressivo do que ao milho.
Costumo afirmar com frequência que estamos sempre aprendendo e dessa vez sabia que tinha muito a absorver sobre a pesca de piaparas.
Numa pescaria no Rio Paraná, o material que usei foi o mesmo: o caniço descrito acima. Comecei com multifilamento, mas troquei para fluorcarbono, pela necessidade de ter o contato mais rápido, pois o multifilamento flutua e muitas vezes temos uma “barriga” na linha, o que impede a sensibilidade exigida nessa pescaria. Por isso a opção de usar uma linha que afunde e dê menos tempo para a existência da “barriga”.
No primeiro dia percebi isso e passei a pescar no visual, olhando a ponta da linha que adentrava a água e com isso melhorei meu índice de fisgadas certeiras.
Depois da opção, o índice subiu e se estabilizou de modo produtivo. A isca, o tradicional milho, ora iscava um somente, ora dois. O anzol foi outra experiência acrescentada: saiu o Maruseigo, entrou o modelo Chinu, mais grosso e que me pareceu mais seguro também – um Maruzeigo se rompeu pouco antes de realizarmos um embarque; comecei com o de tamanho número 2 e troquei para 5.
Nessa oportunidade, a variação de peso foi maior, houve locais em que a correnteza exigiu 40 g e rendeu alguns exemplares grandes, como se pode ver nas fotos.
Sempre optei por usar molinete nessa pescaria, mas em função de um peso maior a fiz com carretilha também, não houve dificuldade alguma. Para usar o método de trupicão ela é mais adequada e confortável, para ir soltando a linha e usando a força da correnteza para levar sua isca ao encontro do peixe.