Traíras dentro d’água: os detalhes para se dar bem nesta pescaria

Quando for preciso entrar n’água para alcançar o melhor ponto, não se preocupe. O peixe não irá se assustar!

Por Lester Scalon

A pescaria de traíras sempre tem detalhes minuciosos. Seja embarcada, seja desembarcada. Mas quem já experimentou fazê-la dentro d’água, sabe que se forma um ambiente mais íntimo com o peixe.

Algumas espécies adoram águas rasas e quentes, principalmente tucunarés e traíras, e, como são peixes “sem vergonha” com o barco, já não se assustam com o pescador; agora então, estando dentro d’água é brincadeira.

É impressionante como os peixes não se assustam quando caminhamos sutilmente na água; muitas vezes eles nos rodeiam quando fisgamos um membro do cardume, especialmente os tucunarés, nos proporcionando momentos indescritíveis, em que o cardume está ali, quase ao alcance da mão.

Muitas vezes estão tão próximos que fica impossível arremessar a isca. São realmente sensações incríveis que somente esta modalidade de pesca nos oferece.

Uma das maiores vantagens desta pescaria é que conseguimos explorar o ponto de pesca como nenhuma outra; cada buraco, cada galhada podem ser vasculhados por nossa isca.

Já as traíras frequentam vários locais dentro do lago, desde os profundos a 40 m até as partes mais rasas. E é nestes locais que fomos à sua procura, só que junto também estão os cardumes de tucunarés à caça de alimento.

As traíras normalmente ficam sozinhas encostadas nas estruturas, onde encontram abrigo e esconderijo para espreitar suas presas, mas de vez em quando achamos um cardume em torno de uma estrutura. Enquanto isso, os tucunarés estão por toda parte, pois, ao contrário das traíras, ficam andando e caçando de um lado para outro.

Mudança de técnica

Trabalhar as iscas com parte do corpo dentro d’água foge dos padrões normais de pesca, mas dá para administrar legal. Varas mais curtas de 5’ até 5’6” são mais apropriadas, pois facilitam o trabalho do pescador, principalmente trabalhando iscas de superfície.

Algumas precauções têm que ser tomadas. Sempre existe a possibilidade de se encontrar com animais silvestres, esbarrar em pontas de paus submersas. E, quando fisgamos um peixe e ele se aproxima do pescador, ter calma para manuseá-lo e cansá-lo é fundamental, pois corremos o risco de ele nadar entre as pernas do pescador e ser fisgado por uma garateia da isca.

Lester Scalon fisga uma bela traíra em um local bastante raso