O dourado tem um comportamento bastante peculiar e o pescador pode aproveitar para ter mais ações
Por Lester Scalon
É muito difícil um dourado se “esconder” de pescadores experientes em qualquer pescaria da espécie. Utilizando as iscas adequadas e os procedimentos corretos é muito difícil não trombar com os dourados ao longo de uma pescaria. Principalmente quando conseguimos pescar fora do barco. Aí, só se os bichos não estiverem no pedaço.
Quando estamos pescando embarcados além da velocidade da correnteza que não nos permite explorar todas as opções do local, tem o barco assustando os peixes, já quando caminhamos pela água fazemos “parte” da natureza.
Quase sempre os rios pequenos são mais rasos, normalmente não possuem poços muito fundos, e os dourados gostam de caçar em águas rasas, mas sempre perto de um local mais profundo próximo para se esconderem.
Somente em situações especiais que esses animais deixam de atacar uma isca, o bicho é um predador por natureza – até com peixes na goela (foto), saindo para fora da boca elas atacam as iscas. Seu instinto matador é impressionante, é um predador nato.
Normalmente nadam em grupos e travam estratégias de caça, já os vi encurralar cardumes de peixes em galhadas, barrancos e pedreiras, cenas que pude presenciar centenas de vezes na minha vida. Apesar de ser um “peixe de ponto” (peixes que sempre vagueiam pelos mesmos locais dentro do rio) muitas das vezes temos que insistir um pouco mais, pois no momento que nossa isca atravessa o ponto, pode passar por trás do peixe e ele não perceber, ele pode estar atrás de um tronco ou atrás de uma pedra e não ver a isca.
Por isto é preciso um pouco mais de paciência para explorar cada canto do ponto de pesca e em todas as profundidas. Situação que normalmente não conseguimos quando estamos embarcados.
Para isto temos que ter na tralha alguns modelos de artificiais específicas. A minha preferência é pelas menores, de até 10 ou 11 cm, pois elas acomodam melhor dentro da boca dos dourados com a chance das duas garateias se prenderem no peixe. Elas também são mais eficientes quando o predador salta, pois neste momento ele contorce e chacoalha o corpo todo de um lado para o outro.
Estando com uma isca menor, a alavanca e o esforço exercido no anzol é muito mais suave e a chance de colocar a mão no peixe aumenta bastante.
Como explorar?
Comece sempre de cima para baixo no sentido da água, os dourados gostam da cabeceira das pedras dentro das corredeiras. Então comece por ela cabeceiras e vá descendo sempre explorando as partes mais rasas primeiro.
Em seguida, avalie a profundidade dos locais mais fundos e decida qual isca vai trabalhar melhor no local.
Por fim, busque os locais mais profundos. Por isto, ter na tralha três iscas com tamanhos de barbelas diferentes é o ideal, sendo uma para as partes mais rasas, uma para as partes médias e uma de barbela longa para os locais mais profundos.
Lembre-se: dourados são peixes velhacos movimentos bruscos espantam os bichos. Então, quando estiver se locomovendo pelo ponto de pesca faça sempre da forma mais sutil possível, inclusive quando estiver dentro da água.
Hoje, com facilidade das imagens de satélite, dá para programar a pescaria toda. Ver as corredeiras mais interessantes, prever o tempo dos deslocamentos entre uma e outra, o quanto tempo você pode investir em cada local, enfim nos dá uma total orientação de como conduzir a pescaria em função do tempo que teremos para realizá-la.