O “bico” é um local que pode proporcionar um belo ataque a sua isca
Por: Pepe Mélega
Quem gosta de pescar o tucunaré-açu sabe que existem alguns comentários corriqueiros. Sempre ouvimos a recomendação de que, principalmente quando o cenário é amazônico, se arremesse no “bico”, mas o que isso significa?
Bicos são as pontas de entradas de baías, ressacas, espraiados que de um lado possuem águas em movimento por serem o leito do rio e, do outro, água sem movimento, ambiente lêntico onde exemplares de tucunarés se adaptam muito bem.
Por que funciona tanto o trabalho de iscas adequadas nesses locais? Por observação, é possível afirmar ser um local excelente (e cômodo à espécie predadora) para caçar.
O rio traz com sua corrente vários elementos, propiciando alimentação para exemplares de menor porte e espécies diferentes que se movimentam entre a água em movimento e a parada. Logo, se existem os pequenos exemplares, existem os predadores atrás de uma refeição.
O mais adequado é explorar sempre do meio para o lado de dentro. Ou seja, do leito do rio para a água com menos ou nenhum movimento. Trabalhe a isca alterando a velocidade. Se a profundidade não for acentuada, use uma isca de nado em “Z”, que ela terá resposta positiva.
No caso, porém, de o local for profundo, será necessário usar o barulho como forma de atração. Aí entram em ação as iscas de hélice ou os poppers e suas variações.
Nem sempre o ataque é instantâneo. Por isso é preciso ser insistente. Os períodos do amanhecer e entardecer costumam ser mais produtivos, mas não descarte o meio do dia, especialmente se for um bico com profundidade maior.