Espécie é uma das mais fortes e pode ser pescada com fartura no litoral brasileiro
Por Antonio Amaral, Tuba
Os xaréus- brancos são peixes da família dos carangídeos, a mesma dos olhetes, olhos-de-boi, peixes- galos, xaréus-amarelos e outros. Eles podem chegar a 30 kg, e tem uma cor prateada com reflexos de várias cores, indo do verde ao violeta. Vivem em águas tropicais do mundo todo, no Atlântico Ocidental eles existem de Massachucetts, nos Estados Unidos, ao Rio Grande do Sul, no Brasil.
Quando jovens, eles apresentam longos filamentos nas barbatanas dorsal e anal, que têm a função de aumentar o tamanho deles aos olhos dos predadores, já que esses filamentos podem ser bem maiores do que o próprio peixe. Habitam ilhas e parcéis que podem variar de 10 a 100 metros de profundidade.
São habitantes da meia- água e seus movimentos dentro dela lembram um helicóptero. Costumam se alimentar de lulas e outros invertebrados de movimentos lentos e ocasionalmente de peixes. Estão sempre em grandes cardumes. Sua carne tem ótimo valor culinário.
Por serem predadores, sua captura com artificiais é bastante comum, eles chegam até a atacar iscas de superfície se o cardume estiver bastante ativo, mas sem dúvida jigs de pelos ou penas e jumping jigs ou rubber jigs trabalhados de uma forma mais lenta e na meia- água são mais eficientes. Entre todas as formas de captura a campeã é o uso de isca viva, preferencialmente lulas ou peixes como os xixarros, sardinhas e cavalinhas.
Os jumping jigs que se mostraram mais eficientes são os com peso no meio, que têm como característica afundar de lado e lentamente, ficando mais tempo na visão dos xaréus- brancos, que são peixes dotados de olhos grandes e uma visão privilegiada.
Os líderes de fluorcarbono são fundamentais para o sucesso da pescaria, a resistência não precisa ser muito grande, mas devem ser compridos, 5 ou 6 metros de flúor 30 ou 40 lb são suficientes, pois, ao contrário dos seu primos amarelos (caranx hippos), eles brigam em águas abertas e não procuram as pedras para se desvencilharem da isca. Acrescento que linhas de multifilamento entre 30 e 50 lb também são bastante úteis, pois a sua grande sensibilidade e pouca elasticidade nos dão a capacidade de fisgar instantaneamente.
Essas iscas devem ser trabalhadas de uma maneira mais lenta do que se trabalha normalmente para enchovas ou olhetes; o ideal é dar longos toques com a vara e deixar a isca trabalhar um pouco na descida antes de recolher a folga da linha. Muitos dos ataques se dão enquanto a isca está descendo, e o multifilamento é essencial nesse momento.
A briga deles é bastante limpa e as primeiras corridas são emocionantes e bem longas, muitas vezes o resto do cardume acompanha o peixe fisgado até a borda do barco.
O equipamento ideal consiste em varas específicas para jumping jig, de preferência para PE 4# e que tenham a capacidade de trabalhar jigs de até 150 g, o comprimento da vara pode variar entre 5.8 pés e 7 pés, sendo que as mais longas são melhores para trabalhar esse tipo de jig lento.
Mais dicas
Os xaréus-brancos são facilmente identificados com um bom sonar (fishfinder); eles ficam quase sempre na meia- água, em grandes cardumes. Quando se localiza um cardume, o ideal é desligar o motor do barco e insistir bastante. Às as vezes eles levam algum tempo para atacar as iscas; caso os ataques não ocorram, existem duas possibilidades : uma é não serem os xaréus- brancos e sim um cardume de enxadas ou parus (chaetodipterus faber); se forem os enxadas, provavelmente o cardume vai subir até a superfície embaixo da lancha e aí não tem muito o que se fazer, pois eles não pegam em artificiais.
A outra é de os peixes estarem mais seletivos, o que acontece muito quando a água está bem limpa; nesse caso, pode-se diminuir o diâmetro do líder, aumentar seu tamanho e usar um jig bastante refletivo. Ou então se lançar mão de iscas vivas.
Essas iscas vivas podem ser conseguidas com sabikis. Para quem não está familiarizado, sabikis são um dispositivo com seis ou mais anzóis adornados com pele de peixe seca, que serve para capturar pequenos peixes.
Deve-se iscar pelos orifícios em frente ao olho do peixe, com anzóis circle hook de arame fino para não matar as iscas; os tamanhos mais indicados são os entre 3/0 e 6/0.
Eles são encontrados quase sempre próximos de estruturas submersas em profundidades de 10 a 70 metros, chegando a formar enormes cardumes suspensos à meia- água sobre naufrágios, parcéis e até mesmo em pedras soltas no meio do oceano; qualquer tipo de estrutura submersa se torna um refúgio para a vida marinha e, consequentemente, um ótimo ponto de pesca.
Um equipamento de extrema utilidade é o sonar ou fishfinder, do qual hoje em dia existem modelos digitais que têm a capacidade de distinguir os peixes das pedras com grande exatidão e, além disso, mostram a temperatura da água, velocidade do barco e, se ligados ao gps (equipamento de posicionamento via satélite), ainda dão a sua posição em latitude e longitude.