Espécie é bastante arisca e o pescador precisa levar em conta uma série de detalhes para ter sucesso
Por Vladimir Ferreira
O farnangaio costuma nadar em cardume e está sempre se movimentando. O ideal é que a pescaria se dê acompanhado de mais um ou dois companheiros. Isso não só permite atrair o cardume, mas também segurá-lo naquele ponto, procurando sempre manter um pescador com a sua linha na água, se possível com um peixe fisgado para que o outro faça o arremesso logo atrás, aumentando consideravelmente não só o número de capturas, mas também de dublês, fazendo muita diferença.
A isca mais utilizada é o camarão, se possível branco, aberto em filé e cortado em pedaços bem pequenos, que sejam o suficiente para cobrir o anzol, procurando sempre manter a ponta aparente. Em algumas situações eu já utilizei com sucesso o sarnambi, tirado ali mesmo na praia.
Fazendo esse tipo de pescaria, muitas vezes somos surpreendidos, sofrendo o ataque de outras espécies maiores, que acabam nos dando bastante trabalho e emoção, já que o material utilizado não está dimensionado para eles. As mais comuns são ubarana, guaivira, agulhão (timbale), pampos (verdadeiro e galhudos) e até mesmo pequenos robalos.
No litoral norte de São Paulo eles costumam medir entre 20 e 25 centímetros, mas não é rara a captura de alguns exemplares medindo acima dos 30 centímetros.
Apenas como curiosidade, no Nordeste eles costumam pegar esse peixe de uma forma bem inusitada, sem anzol e durante a noite. Utilizando pequenas embarcações, que podem ser até mesmo jangadas, eles se deslocam até os locais de pesca, estendem um pano branco na vertical, sobre elas, depois acendem lampiões para clarear esse pano.
Atraídos pela claridade, rapidamente eles começam a se aproximar, formando um enorme cardume próximo às embarcações. Instintivamente, em um frenesi total, os peixes começam a pular sobre elas. A esse tipo de prática, eles chamam “fachear”.