Detalhes para uma boa pescaria no calor

Em meses mais quentes, de Verão e Primavera, o pescador precisa ter algumas considerações em mente

Por Pepe Mélega

Em dias de pescaria no calor, devemos lembrar que a água vai aquecer demais na superfície. O processo para colocar suas iscas no lugar certo é fazer o plug, por exemplo, trabalhar mais fundo, buscando pela temperatura mais confortável ao peixe.

Essa temperatura pode oscilar. No caso do Brasil – um país mais tropical – o adequado para nossa ictiofauna é a faixa de 22 a 26º, sendo o mais próximo do limite superior o ideal. Medir a temperatura da superfície e a coluna da água pode ajudar muito em suas escolhas de como pescar.

Por isso também é preciso tomar decisões de acordo com a cor de água. Mas por que se peixe não vê cor? É fato que a maioria das espécies não enxerga as cores como a gente – mas são poucos -, o peixe distingue contraste e esses são formados pelas cores. E se a água muda de cor e de transparência é preciso estar atendo a esses detalhes.

Também é importante estar atento a posição do sol e como a luminosidade por ele gerada penetra a água. Há horários em que a luz está mais inclinada – nessa hora iscas com muito brilho se tornam mais visíveis que as que não a possuem. Nesse momento use alguma combinação em que a cor prata ou dourada esteja presente.

A minha preferência é a dourada em águas mais escuras e translúcidas (Rio Negro e afluentes ou mangue) e a prata para pontos em que as águas tendem para o azul e também são translúcidas.

Após o horário que a luz está mais deitada no horizonte, o normal é do amanhecer até as 10 h e das 16 h até o entardecer, a situação muda e é hora de trocar os brilhos por cores mais sólidas. Há várias vertentes para orientar as suas escolhas, a mais comum é água limpa, isca clara e água suja, artificial escura.

Não discordo porque é funcional. Porém, há variações dentro dessa regra. Minha opção é por pinturas que se assemelham aos forrageiros (alimentos dos predadores) quando a água está limpa. Procuro adequar a minha escolha para as variações de cor da água que são chá ou coca-cola (quando está bem escura), a verde clara e azul transparente. Nessa situação vou para combinações de cinza claro, grafite, preto com branco ou osso, amarelo e a conhecida mertiolate – dou preferência a barriga branca ou laranja nos modelos flutuantes.

Também gosto de levar plugs com cores mais claras como laranja e o rosa fosforescentes ou verde e azul junto com cores cítricas como a verde-limão.

Quando a água suja e com partículas em suspensão provenientes do barro, a minha escolha é a fire tiger (verde, laranja e preto) ou preto com pequena superfície clara, normalmente vermelho ou branco.

Se a suspensão é clara proveniente da areia, prefiro cores osso, branco com detalhes em preto ou vermelho, que criam contraste entre o claro e escuro. Mas tenho saído de situações com a água muito suja usando só uma cor cítrica que é o verde limão e considero um curinga.

O pescador deve apostar na faixa de água mais confortável para ter mais sucesso