Fanático pela pescaria com iscas artificiais, Maicon Bianchi vem a cada ano aprimorando suas técnicas com as iscas de fundo. Principalmente na pesca aos tucunarés amazônicos. A seguir ele comenta os principais pontos

Por que usar a iscas artificiais de fundo?

O uso de iscas de fundo é uma maneira do pescador atingir outras camadas de água. Ou seja, outras profundidades para encontrar o peixe, principalmente nos dias de pescaria ruim, quando o peixe “some”.

Em qual situação devemos usá-la?

Principalmente na época mais fria do ano, quando o peixe afunda para encontrar águas com temperaturas mais agradáveis, que não sentiram tanta a diferença da mudança da superfície. Mas acredito que podemos usar essa modalidade o ano todo, tendo uma maior probabilidade de capturar exemplares maiores.

Enrosca muito? A quantidade de enrosco compensa com uma farta pescaria?

Realmente é uma modalidade que enrosca bastante. Hoje em dia há muitos acessórios a favor dos pescadores que podemos usar para driblar essas adversidades. Podemos utilizar anzóis com anti-enrosco. No caso dos jigs de pena, existem muitos modelos no mercado que possuem esses aparatos anti-enrosco. No caso das iscas softs, o interessante é utilizar um jig head com anzol EWG, deixando a isca totalmente protegida.

O que é melhor: jig, metal jig ou isca soft? Cada um tem uma função diferente?

Seria imprudência escolher uma dessas iscas como a melhor. Cada uma cumpre bem sua função na pescaria de fundo.

Jig de pena: gosto de utilizar essa isca quando o peixe está manhoso, apenas rebojando na superfície e não ataca. Imediatamente uso na cobertura. Como o jig passa mais próximo ao predador, ele dificilmente não ataca.

Metal jig: utilizo em pescaria de fundo na vertical, e principalmente quando a incidência de piranhas nesses locais é maior.

Jig com soft: gosto de utilizar em locais mais fundos com drop off. Deixo a isca bater no fundo e dou dois toques pequenos de ponta de vara, com um mais longo, imitando um forrageiro se alimentando no fundo. Também gosto de utilizar com arremessos longos, deixando bater no fundo e inicio com o trabalho de fundo para depois acelerar o trabalho na meia água.

Qual a diferença desta pescaria para uma feita com artificiais mais convencionais?

Acredito que uma modalidade completa a outra. O pescador “moderno” tem que ter em sua caixa de pesca todos os tipos de iscas (de superfície ao fundo – de hard a soft), pois não sabemos as adversidades que vamos encontrar na pescaria. A modalidade de fundo pode simplesmente salvar um dia de pescaria mal sucedido.

Quais seriam as características do equipamento para uma boa pescaria destas?

Na minha opinião, um equipamento equilibrado para essa modalidade consiste em uma vara de 6’ de comprimento e de ação rápida, o que permite uma fisgada mais potente. Gosto de utilizar dois tipos de linha nessa pescaria. As multifilamentos em dias com pouco vento, por ter a elasticidade zero. O diâmetro vai depender da espécie buscada. Outro tipo é a de fluorcarbono. Gosto de utilizar em dias de vento, por se tratar de uma linha mais pesada, que não forma tanta “barriga” e também por ter maior resistência à abrasão.

É importante ter conhecimento da pesca com iscas artificiais mais convencional?

É interessante que o pescador tenha um conhecimento básico de iscas artificiais, mas não é regra, qualquer um pode começar nessa modalidade.

Qual o segredo para ter uma boa pescaria destas?

Não existe segredo e sim dedicação. Tudo que fazemos com afinco, temos ótimos resultados. Na pescaria isso vale muito.

E qual é o papel da sonda para ter sucesso?

O papel da sonda nesse tipo de pescaria é essencial. Para descobrirmos as estruturas submersas, como: Drop Off, árvores ou troncos afundados, pedras, profundidades e até mesmo a existência de peixes predadores ou forrageiros.

Qual dica daria para o pescador que pretende começar a usar iscas de fundo?

Se dedicar. Estude bastante a respeito. Veja as iscas a serem utilizadas. Tire dúvidas com pessoas que já praticam essa modalidade ou até mesmo com os profissionais da área. E se arrisque, mesmo que as primeiras tentativas forem frustradas.