Pescaria de piauçus no interior paulista

A espécie é valente e costuma dar trabalho quando é fisgada. Confira algumas estratégias e boa sorte!

Que tal fazer uma pescaria de piauçus? O piauçu é um peixe de escamas natural da Bacia do Rio Paraguai, que também pode ser encontrado no Pantanal Mato-Grossense e nos Estados de Minas Gerais, Goiás e São Paulo. Também existe nas bacias Amazônica, Araguaia-Tocantins e Prata.

Tem o corpo alongado, dorso de coloração cinza escuro-esverdeada e ventre amarelado. Nos flancos sobressaem duas listras verticais escuras. É um peixe onívoro, ou seja, come praticamente de tudo. Com dentes poderosos, ele consegue com facilidade quebrar a casca de moluscos, como o caramujo, e sua presa favorita, o caranguejo.

Por saber disso, minha isca principal foi exatamente essa. Essa espécie costuma frequentar as margens dos rios, bocas de lagoas, baías, cursos de água limpa e corrente. Além disso, está presente em pequenos afluentes, remansos dos rios, principalmente nas proximidades de vegetação e na floresta inundada, preferindo, geralmente, lugares perto de galhadas.

Linha n’água! 

O primeiro lugar em que nós apoitamos o barco foi logo abaixo, na foz do Rio Feio, no interior de São Paulo. Sempre parando próximo das galhadas e dos aguapés. Duas horas depois, e nada de peixe. Saímos desse local e fomos a outro denominado “Bebedouro”. Aí sim conseguimos algumas ações e dois piauçus. Voltamos para a pousada no escurecer. Já estava contente com o resultado da pescaria, porém queria mais, pois os peixes capturados foram considerados pequenos, com cerca de 1,5 e 2 kg.

Às 5 h eu já estava trocando a linha de uma das carretilhas e traçando a estratégia que iria utilizar. Uma hora depois o guia “Véio” chegou e, como de costume, arrumou tudo. Partimos para mais um dia de pesca, na esperança de capturar um piauçu de bom porte. 

Acertar o ponto de pesca é fundamental para ter um dia bastante produtivo

Nova tentativa 

Fomos direto para o “Bebedouro”, onde havíamos fisgado dois peixes no dia anterior. Mas, mesmo empregando o caranguejo como isca, pescamos mais piaparas.

Trocamos de lugar inúmeras vezes, voltamos próximo ao Rio Feio, “Pedra do Cavalo”, “Boia Vermelha” e outros. Foram vários pontos ao longo do dia e nada do meu piauçu. Quando no final de tarde voltamos ao primeiro ponto novamente e finalmente pegamos um piauçu, porém do porte dos demais. Mas esse peixe, no finalzinho, renovou nossa esperança de conseguir o que queríamos para o próximo e último dia de pesca. 

O caranguejo é uma excelente isca viva para capturar os piauçus. Experimente!

Enfim, o troféu

Então, nos dirigimos até um local chamado “Sete Alqueiro”.  Apoitamos o barco a cerca de 20 metros da margem. Na hora já combinamos encostar um pouco mais longe da margem. Por isso, paramos um pouco mais para trás do que estávamos antes e a uns cinco metros da beira.

Logo dois caranguejos foram comidos com duas beliscadas bem pequenas, sem que o peixe tivesse corrido. Ficamos, então, na esperança de uma boa corrida, que veio aos 48 minutos do segundo tempo. Ela foi certeira e logo nos deu a certeza de que era um piauçu de grande porte. Com muita paciência e com cuidado vencemos a batalha. Embarcamos o belo piauçu de 4 kg.

Sobre o piauçu:

Esse peixe é encontrado durante todo o ano, principalmente nos meses quentes. Sendo o amanhecer e o entardecer os melhores períodos para ser visto, devido à luminosidade estar bem mais baixa. 

O piauçu é dono de uma força bastante peculiar e por isso requer atenção no momento da captura