Como pescar na cheia

Descubra formas de salvar sua viagem quando as águas estão com nível elevado

Por Pepe Mélega

O que você faz quando ao chegar no ponto de pesca descobre que a sua viagem tão desejada e programada pode estar com o resultado comprometido por pescar na cheia?

Muitas vezes essa realidade está mais próxima de nós do que imaginamos. Sempre existe a possibilidade, de mesmo com toda programação prévia, encontrar os rios com as águas altas demais, o que vai dificultar muito a localização dos peixes.

No mês de março saí com o amigo Lester Scalon para o Pantanal e logo em seguida fui à Argentina. Nós sabíamos com antecedência que esses destinos estavam com o nível da água elevado. E o que fizemos? Fomos a luta munidos do que conhecemos.

Primeiro, pescamos de rodada com isca natural – opção que deve ser sempre a primeira.

O guia sabe quais são as curvas e onde há poços e situações produtivas. Mas há muita água e com isso o peixe se espalha mais, ficando muito difícil localizar o ponto de concentração.

Por isso, rodar é sempre uma boa opção, pois percorre-se um área maior do que apoitado. Passamos a isca com a força (velocidade) da corrente no momento, o que dá uma apresentação bem natural e na profundidade adequada, pois estamos “sentindo” o fundo.

As chances de achar um cardume aumentam, e depois de localizado basta marcar o trecho e repetir as passagens para que as capturas se repitam.

Esta não é uma verdade absoluta, mas em muitos anos de experiência essa estratégia sempre se mostrou eficaz.

E com isca artificial?

Aí a situação piora, mas pode haver solução. Os peixes predadores estão atrás dos pequenos para se alimentar (os chamados peixes de forragem) e esses com o aumento d’ água se espalham por vários novos lugares para se protegerem em meio a mata alagada. Jogar a isca nessa mata não é possível, mas pescar em pontos chaves pode representar sucesso.

Procure por uma margem, que chamamos de barranco vertical, próximo a uma entrada ou saída de poço e explore com sua isca o entorno todo.

Nesses lugares há uma chance de encontrar peixes de porte que não conseguem entrar na mata alagada, mas estão a espreita esperando um “cardápio nadante” para sua refeição.

Peixes forrageiros se movimentam em grupo, entram e saem e alguns acabam perdendo a fila, ou seja, ficam vulneráveis a um ataque dos predadores.