Governo apresenta ferramentas para expandir internacionalização do pescado brasileiro

Capacitação de empresas, levantamento de estoques pesqueiros e promoção comercial estão entre as ações

A Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento apresentou na última terça-feira (18) as ferramentas que o governo brasileiro vem adotando para ampliar a internacionalização do pescado nacional. O tema foi debatido no Fórum de Internacionalização do Pescado Brasileiro, como parte da programação da Seafood Show, que terminou ontem, quarta-feira (19), em São Paulo.

O secretário Jairo Gund apresentou dados de como a produção de pescado nacional está alinhada com a sustentabilidade. Segundo ele, 27% da área oceânica classificada como Zona Econômica Exclusiva (ZEE) são protegidas por unidade de conservação, sendo a maioria categorizada como uso sustentável, enquanto a média mundial é de 1,2%.

Ele disse ainda que 63,5% das espécies brasileiras de pescado estão preservadas e não podem ser capturadas. De acordo com o secretário, foi retomada a estatística pesqueira com avaliações de estoques de mais de 50 espécies.  

Enquanto a atividade de pesca convive com algumas limitações naturais que impedem seu crescimento, a aquicultura está em plena expansão. De acordo com o diretor Marcel Moreira, a produção de tilápia no Brasil dobra a cada trimestre – em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior – e o país já é o quarto maior produtor da espécie. 

Até setembro deste ano, o Brasil já havia exportado 43 mil toneladas de pescado, enquanto no ano passado exportou 50 mil toneladas. Há muito potencial de crescimento também para o mercado interno, considerando que hoje o consumo por habitante/ano é de 10,5 quilos. O país que mais consome é a Coreia do Sul, com 78,5 quilos por habitante/ano. A média mundial é de 20,5 quilos por habitante/ano. 

Jairo Gund e Marcel Moreira falaram do trabalho que os adidos brasileiros estão realizando em 27 postos ao redor do mundo. Dos 233 novos mercados abertos para produtos do agro, de janeiro de 2019 a outubro de 2022, 12 foram específicos para o pescado. Esses mercados incluem peixes vivos, pescado, peixes ornamentais, pescado extrativo, farinha e óleo de pescado. 

Informações: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento