Grupo técnico da pesca propõe recriação de Ministério ao novo governo

Ministério da Pesca está desde 2015 inserido na Agricultura

O grupo técnico da pesca do governo de transição propôs, nesta quarta-feira (30), a recriação do Ministério da Pesca. Liderado pelo ex-ministro da pesca, Altemir Gregolin, o grupo defendeu a ideia em um relatório enviado a Geraldo Alckmin.

O vice-presidente eleito, do PSB, é chefe do governo de transição entre os governos Bolsonaro e Lula, que assumirá no dia  01 de janeiro. A recriação do Ministério da Pesca, aliás, foi uma das promessas de Luiz Inácio Lula da Silva durante a campanha. 

Os oito integrantes do grupo técnico da Pesca fizeram um mapeamento da área no Brasil e concluíram que é necessário recriar o Ministério. Apesar disso,  alguns dos  demais membros do governo de transição não concordam com a volta do Ministério. 

Entre eles, está a senadora Kátia Abreu, do PP.  Ela quer que a pasta da pesca siga no Ministério da Agricultura, como acontece desde 2015, e garante que vai sugerir o não desmembramento ao presidente eleito. 

“Com relação às políticas públicas da agricultura, não acho que devemos ter dois ministérios. Acho que um ministério só, para que os pequenos agricultores possam ter no horizonte uma perspectiva de crescimento, de classe média. Acho que o grande foco do Ministério da Agricultura é manter esse agroexportador de sucesso, mas também ter um olhar constante, forte, atento à produção interna do país”, comentou Kátia.

“A pesca é uma atividade muito importante para o agro como um todo e que será sempre bem cuidada, mas que é importante, como muitas entidades representantes querem, continuar no Ministério da Agricultura. Isso quem vai decidir é o presidente e seu futuro ministro”, completou Abreu, que foi ministra da agricultura entre 2015 e 2016. 

O Ministério da Pesca e Aquicultura foi criado em 2009, justamente no governo Lula. Ao longo de sete anos e três meses, foram seis ministros. Altemir Gregolin, por sua vez, foi o primeiro e ficou à frente da pasta entre 2009 e 2010. 

“Respeito a opinião da Kátia, mas a gente diverge.  Vejo a criação do Ministério como uma ação estratégica para o desenvolvimento do setor. Para promover o investimento para o desenvolvimento da pesca artesanal, que tem na atividade pesqueira a fonte de alimentos e renda. E para desenvolver a aquicultura. O Brasil tem na aquicultura a possibilidade de transformar o país em um grande produtor mundial de pescados”, disse, à CNN.