Pesquisadores lançam guia sobre aves marinhas e buscam juntar preservação e qualidade

Projeto Albatroz lança guia para pescadores; documento é gratuito e tem 11 páginas

O time do Projeto Albatroz, iniciativa que conta com o patrocínio da Petrobras, lançou o “Guia de Albatrozes e Petréis para pescadores”, um produto digitalizado e gratuito, com objetivo de ajudar pescadores que lidam com aves marinhas no entorno das embarcações.

O documento tem 11 páginas, com fotos de 15 espécies populares no Brasil como albatroz, alma-de-mestre e pardela-preta. A publicação também traz informações sobre a situação de conservação de cada uma delas na natureza. Para acessá-lo, clique aqui. 

Segundo Caio Azevedo Marques, coordenador científico do Projeto Albatroz e pesquisador na área há cerca de três décadas, muitas aves marinhas ficam feridas e até morrem quando tentam fisgar as iscas e acertam o anzol. Por isso, ele reforça que é importante que os pescadores tomem medidas para evitar ou mitigar o problema. 

“Albatrozes e petréis formam o grupo de aves mais ameaçado de extinção do planeta, com muitas espécies em risco de extinção. Estima-se que aproximadamente 15 mil albatrozes e petréis morram acidentalmente em um ano, fisgados no Brasil, se as embarcações não adotarem as medidas de mitigação”, comenta Caio. 

Por fim, o coordenador do projeto pontua que o guia também é importante para os próprios pescadores. Ele relata que é uma relação boa para os biólogos que lutam pela preservação das espécies e para os pescadores, que otimizam a pesca. 

“Nossa parceria com a pesca é uma relação ganha-ganha: ao utilizarem medidas que diminuam a captura das aves, eles garantem a produtividade da pescaria, e nós também alcançamos nosso objetivo de conservação das aves ameaçadas de extinção, como os albatrozes e petréis”, acrescenta Caio. 

“Parte do nosso trabalho de pesquisa consiste em embarcar nos barcos pesqueiros para avistar e quantificar aves, verificar a quantidade de aves capturadas por acidente e depois utilizar esses dados no desenvolvimento de pesquisas científicas que nos ajudam a entender e combater esse problema”, conclui Azevedo.