Estudo contou 25 mil exemplares em 2022, número semelhante ao de 200 anos atrás

Um levantamento feito pelo Instituto Baleia Jubarte destaca que foram encontrados pelo menos 25 mil animais dessa espécie em 2022. O número é para lá de comemorável, até porque a marca é comparável a de cerca de 200 anos atrás. 

Na ocasião, foram registradas cerca de 28 mil baleias jubartes. Por outro lado, isso significa que o Brasil está recuperando a sua população. O levantamento percorreu 6.200 quilômetros, entre a divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte até o litoral norte do São Paulo. Ou seja, o número real de baleias jubarte deve ser maior.

“Depois de décadas de atuação na proteção das baleias, ver essa população quase totalmente recuperada dá uma enorme alegria e uma sensação de dever quase cumprido. Quase, porque sempre temos que atuar para evitar que as baleias voltem a ser ameaçadas por impactos das atividades humanas.”, comemora o biólogo Enrico Marcovaldi, um dos fundadores do Projeto Baleia Jubarte.

O levantamento

O monitoramento é aéreo, com aviões voltados para isso. O estudo foi feito em agosto, mas os resultados foram divulgados apenas em 2023. O levantamento foi feito em parceria com a empresa Socioambiental e com apoio financeiro da Veracel Celulose e da Petrobras. 

O levantamento é feito desde os anos 1980. Em 2003, ele começou a ser feito de forma aérea. Naquele ano, foram registrados cerca de 3.600 baleias. Onze anos mais tarde, a espécie foi retirada da ameaça de extinção no Brasil. Já em 2019, foram registradas 16 mil baleias jubartes. 

A recuperação do número de baleias se dá muito por conta da proibição da pesca do animal, em 1966. Naquele ano, a estimativa era de 500 exemplares. Ainda assim, na década de 1970 teve muita pesca de baleia. Elas navegam pelo Brasil no segundo semestre, especialmente de julho a setembro e na costa nordestina.