Espécies de peixes como sardinha, arenques e peixe-donzela estão sendo monitorados e evidências comprovam comunicações diferentes
Os oceanos, inicialmente percebidos como silenciosos, são, na verdade, repletos de uma variada gama de sons, desde estalos a gritos aquáticos. Esses sons servem aos peixes como meio de alerta, comunicação territorial e até mesmo sedução durante o acasalamento. Algumas espécies, como o peixe-sapo, emitem verdadeiras canções para atrair parceiros, enquanto outras, como o arenque, utilizam o trato digestivo para se comunicar, emitindo sons semelhantes a puns.
O avanço da tecnologia, especialmente o desenvolvimento de hidrofones, permitiu aos cientistas estudarem mais profundamente a comunicação entre os peixes. Descobertas recentes revelam que até dois terços das espécies de peixes podem emitir ruídos, evidenciando um universo sonoro subaquático ainda não totalmente explorado. Entre esses sons, destacam-se os zumbidos e os puns, usados por diferentes espécies para diversos propósitos sociais, reprodutivos e defensivos.
Os peixes-sapo, por exemplo, emitem chamados complexos para atrair fêmeas ou alertar outros machos sobre territórios. Enquanto isso, os peixes-donzela utilizam sons distintos durante o flerte, mostrando-se mais atrativos para possíveis parceiros. Até mesmo espécies como o arenque e o bagre recorrem aos sons do trato digestivo como forma de comunicação, seja para estabelecer hierarquia social ou para afastar predadores.Parte superior do formulário
Alguns tipos de peixes da família Clupeidae, como o arenque e a sardinha, são conhecidos por usar sons intestinais para se comunicar entre si, o que gerou piadas entre os cientistas. Esses sons, apelidados de Tiques Repetitivos Rápidos (Frt), não parecem ser afetados pela comida ou pelo acesso ao ar. Parece que os peixes liberam gases pelo ânus para criar esses sons distintos, que podem durar vários segundos e são mais comuns durante a noite, servindo a propósitos sociais, ajudando os peixes a manterem contato uns com os outros.
No entanto, o aumento do ruído nos oceanos, provocado por atividades humanas como pesca e exploração de recursos marinhos, ameaça a comunicação e o comportamento dos peixes. Esse ruído excessivo pode causar estresse e afetar negativamente a saúde e a sobrevivência dessas espécies. Portanto, compreender a linguagem sonora dos peixes não é apenas uma questão de curiosidade, mas também de vital importância para a preservação dos ecossistemas marinhos.
Acompanhe a revista Pesca & Companhia nas redes sociais!