Dez países da América se juntam ao Brasil para a conservação do mero

Dez países da América se juntam ao Brasil para a conservação do mero

Peixe mero está em risco de extinção e sua pesca e comércio são proibidos em todo o território nacional desde 2002

Décadas de pesca predatória por causa de sua carne colocaram o mero (Epinephelus sp.) na lista de peixes em risco de extinção mundial. Com isso, o Brasil começou uma campanha de conscientização e recebeu apoio de países como Estados Unidos, Colômbia, Bahamas, Trindade e Tobago, Angola, Guiana Francesa, Quênia, Porto Rico e Bonaire.

“O movimento reúne cientistas de países onde a espécie ou suas espécies-irmãs são encontradas. Parcerias são essenciais para alcançar resultados mais coerentes e efetivos”, explica Maíra Borgonha, pesquisadora do projeto Meros do Brasil e uma das idealizadoras da frente internacional.

Essa rede global visa compartilhar e disseminar conhecimentos, identificar pesquisas prioritárias e oportunidades de conservação, tudo alinhado entre os diferentes países onde os peixes sobrevivem. O grupo se reunirá novamente em julho.

“A troca de experiências em pesquisas, educação ambiental e políticas públicas fortalece o grupo e amplia o entendimento sobre como trabalhar na conservação das espécies”, comenta o pesquisador Áthila Bertoncini, também do Meros do Brasil, iniciativa com mais de duas décadas de atuação.

A pesca e o comércio do mero estão proibidos no Brasil desde 2002 para tentar recuperar suas populações. No entanto, desde então, os governos não tomaram as medidas necessárias para protegê-lo, permitindo que as capturas ilegais, a destruição de habitats e a poluição continuem.

Pesquisas realizadas no Brasil e nos Estados Unidos mostraram que a espécie, estando no topo da cadeia alimentar, acumula poluentes em seus tecidos, tornando seu consumo inseguro para os humanos, de acordo com a Assessoria de Imprensa do projeto Meros do Brasil.

“Desde 2011 não há estatísticas pesqueiras nacionais. Não sabemos o que é pescado, quando e nem quanto. Isso dificulta a tomada de decisões que contemplem a sustentabilidade ambiental, social e econômica envolvendo a natureza”, denuncia Maíra Borgonha.

O mero pode alcançar 2,5 metros de comprimento e pesar até 400 kg. Costumam se aproximar da costa e de manguezais, principalmente para se alimentar e se reproduzir. Lentos e pacíficos, são alvos fáceis para pescadores com linhas e arpões.

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