Lago Azul de Araguaína (TO) já recebeu mais de 130 mil novos peixes nos últimos três anos

Lago Azul de Araguaína já recebeu mais de 130 mil novos peixes nos últimos três anos

Além do repovoamento, ações em Araguaína (TO) como o monitoramento de águas de lagos e rios e o plano de arborização contribuem com o meio ambiente

Em celebração ao Dia do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, a Prefeitura de Araguaína promoveu a soltura de mais nove mil alevinos no Lago Azul. Desde 2021, o Projeto Lago Vivo já reinseriu mais de 130 mil peixes originários da região amazônica para o repovoamento da bacia do Rio Lontra. A pretensão é devolver ao lago 200 mil alevinos de espécies nativas, como tambatinga (caranha), piau e surubim, extintas no local.

Durante a ação, o prefeito Wagner Rodrigues ressaltou iniciativas como essa são decisivas para que o lago e a prainha possam ser, no futuro, mais um centro de lazer e atrativo econômico para Araguaína. 

“Com nosso laboratório monitorando a qualidade das águas do lago regularmente, e a parceria com o novo shopping da cidade, estamos desenvolvendo um projeto de reestruturação da Prainha da Via Lago que incluirá a criação de um espaço para banho e diversão, com quadras de vôlei e outras novidades”, comentou Wagner.

Além do Projeto Lago Vivo, a prefeitura está executando o Plano de Arborização Municipal, que já plantou mais de 450 mudas nativas adaptadas à região, como o ipê, sucupira, axixá e buriti, todas elas na região da prainha da Via Lago.

Projeto Lago Vivo

O Lago Azul, delimitado da barragem até a foz do Córrego Jacuba, foi formado na década de 1970 com a construção da Central Hidrelétrica (PCH) do Corujão. Após o fechamento das comportas, os peixes que subiam o Rio Lontra para desova, durante a piracema, foram impedidos de continuar seu ciclo. As espécies que permaneceram no lago foram extintas devido à pesca predatória por quase 50 anos.

“É muito importante para nós estudantes participarmos  dessas atividades extracurriculares para ganharmos mais experiência e adquirir novos conhecimentos no campo da piscicultura”, disse Edgar Farias, estudante de Agronomia da Unopar, parceira do Projeto Lago Vivo.

As ações do Projeto Lago Vivo incluem a limpeza do lago, levantamento da fauna aquática do Rio Lontra, estudo de carga de peixes no lago, repovoamento e monitoramento de peixes nativos da Bacia Amazônica, proibição da pesca predatória, plantio de árvores às margens do lago, conscientização da população e implantação de um laboratório para análise das águas.

Também é realizada constantemente a análise das águas da prainha por meio do Laboara, o Laboratório de Águas de Araguaína, que coleta e analisa as águas dos lagos, córregos e rios da cidade com o objetivo de comprovar a balneabilidade e identificar os riscos da poluição. Boletins mensais são apresentados indicando locais aptos para banho.

Orialle Barbosa, diretor de fiscalização da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Meio Ambiente de Araguaína e Turismo de Araguaína, explicou que há um impacto ambiental decorrente da reintrodução de novas espécies de peixes e plantas.

“Com a reprodução dessas espécies, espera-se que, em alguns anos, a qualidade da água e a balneabilidade da praia melhorem, possibilitando a retomada segura das atividades de banho na área”, disse o diretor.

Pesca permitida

A Licença de Pesca Amadora é emitida após o preenchimento de um formulário eletrônico e tem finalidade exclusiva de lazer ou recreação, permitindo o uso de anzol, chumbada, linha, vara ou caniço, molinete, carretilha ou similar, iscas artificiais e naturais, sendo obrigatória a prática do pesque e solte.

No Lago Azul, é proibido o uso de apetrechos considerados predatórios, como armadilhas tipo tapagem, cercado, anzol de galho ou qualquer aparelho fixo, equipamentos de mergulho, elétrico, sonoro ou luminoso, sonar, fisga gancho e garateia de lambada, arpão, covo e espinhel, tarrafa ou rede de arrasto de qualquer natureza, substâncias tóxicas ou explosivas, qualquer outro aparelho de malha, colher ou garateia utilizadas com embarcações motorizadas em movimento.

Fiscalização

O Decreto nº 161/2019 proibiu a pesca no Lago Azul, exceto a pesca esportiva, e instituiu o Cadastro de Pesca Esportiva e a Carteira de Pescador Esportivo, geridos pela Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente. Aos infratores serão aplicadas as penalidades previstas no Decreto Federal nº 6.514/2008 e na Lei Federal nº 9.605/1998.

Com fiscalização a cargo do Município, ASTT, Naturatins, Polícia Militar Ambiental e Ibama, a pesca sem licença ou em desacordo com as normas pode resultar em multas de R$300 a R$10.000, suspensão da licença, apreensão do material e do pescado, e outras penalidades.

Projeto de Saneamento Integrado Águas de Araguaína

O Águas de Araguaína é um projeto de infraestrutura urbana voltado para a preservação de nascentes e dos cursos d’água de Araguaína. As obras preveem a implantação de asfalto e drenagem em vias, construção de bacias de detenção e vários parques urbanos e de preservação, como Nascentes do Neblina, Raizal e São Miguel. O projeto é financiado pelo CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe.

Plano de Arborização Urbana

O Plano de Arborização Urbana de Araguaína, disponível no site da prefeitura e no Diário Oficial do Município, oferece orientações para cidadãos e empresas sobre o plantio e adoção de árvores. O plano estabelece diretrizes, como o plantio de 70% de espécies nativas do cerrado e a proibição de espécies exóticas invasoras. Em 2022, as iniciativas de arborização e recuperação ambiental resultaram no plantio de quase três mil mudas.

O Viveiro Municipal distribui gratuitamente mudas de mais de 15 espécies nativas do Cerrado, permitindo que cada cidadão leve até cinco mudas após preencher um formulário com informações pessoais. Em 2023, o viveiro municipal distribuiu mais de 27 mil mudas na área urbana e rural. Localizado na Rua José de Assis, nº 372, no Setor Tecnorte, o viveiro funciona de segunda a sexta-feira, das 7 às 11 horas e das 13 às 17 horas.

Tamires Maia, supervisora pedagógica do Colégio Santa Cruz, levou mais de 250 alunos para participarem da uma ação de conscientização e distribuição de mudas feita pela Secretaria do Meio Ambiente no Parque Cimba.

“O pessoal do Meio Ambiente explicou a importância de ações individuais, como a preservação do ambiente e o descarte adequado de lixo, e destacou a necessidade de economizar água e valorizar o ar puro no parque para que as crianças compreendam a importância de cuidar do meio ambiente”, disse a supervisora.

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