Setor teme prejuízos ao turismo e ao ecossistema local com possível revogação de decretos sobre pesca no estado
O Mato Grosso do Sul enfrenta uma polêmica que mobiliza pescadores esportivos, empresários e ambientalistas. Durante reunião da Frente Parlamentar em Defesa da Cadeia Produtiva da Pesca, foi anunciada a possibilidade de o governo estadual revogar o decreto que estabelece o tamanho máximo de captura de peixes na pesca profissional, além de liberar o abate do dourado e aumentar a cota de pescadores profissionais a partir de 2025.
As mudanças preocupam o setor de pesca esportiva, que destaca o impacto negativo para o turismo e a sustentabilidade ambiental.
Gabriela Brasil, influenciadora e proprietária de um hotel de pesca no estado, alertou para o risco de prejudicar o turismo de pesca consciente.
“Se autorizarem o abate do dourado e retirarem o tamanho máximo, será um desastre! O turismo movimenta uma cadeia gigantesca, desde catadores de iscas, guias de pesca, postos de combustíveis, hotéis e lojas de pesca e náuticos, e depende da preservação. Muitos turistas vêm ao MS apenas pela experiência de pescar e soltar. Sem peixe, eles vão procurar outros destinos.”
A possível mudança também é criticada por Ademilson Esquivel, empresário de barcos-hotéis e vice-presidente da Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo (ACERT). Ele destacou os benefícios da atual legislação, que aumentou a população de espécies como o dourado:
“A pesca esportiva é uma prática benéfica e responsável, preserva os estoques de peixes e contribui para o turismo sustentável. Somos contrários a alterações que não sejam mais restritivas.”
Para Maxwell Antunes Maciel, operador de pesca esportiva no Pantanal, a possível revogação representa um retrocesso:
“Liberar o abate do dourado e retirar a medida máxima vai contra a tendência mundial de preservação. O Pantanal atrai pescadores do Brasil e do mundo por sua política de conservação. Se isso mudar, perderemos peixes, turistas e, a longo prazo, a imagem de um estado que protege a natureza.”
Bruno Girotto, proprietário da página “Pescadores do MS”, segue a mesma linha de pensamento de Maxwell. Ele lembrou do enorme potencial do estado para atrair turistas.
“O dourado e o pintado são responsáveis por atrair milhares de turistas para a prática da pesca esportiva na Argentina, por que não deixar isso virar realidade aqui no estado também? Temos um potencial gigante, o Pantanal tem que ser preservado! Isso nem deveria ser mais uma discussão, mas sim uma realidade”.
Um abaixo-assinado criado por pescadores esportivos já circula na internet, reunindo apoio contra as mudanças. A petição pode ser acessada neste link. O setor de pesca esportiva espera sensibilizar as autoridades para a importância de preservar o ecossistema pantaneiro e garantir o futuro do turismo no Mato Grosso do Sul.
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