Conheça Margareth Julião, uma das ganhadoras da 2ª edição do Prêmio Mulheres das Águas

Conheça Margareth Julião, uma das ganhadoras da 2ª edição do Prêmio Mulheres das Águas

Em março, Ministério da Pesca e Aquicultura irá premiar 10 histórias dos setores pesqueiro e aquícola; conheça a ganhadora na categoria “Pesca Artesanal Marinha”

Na 2ª edição do Prêmio Mulheres das Águas, que há um ano conhece e reconhece histórias de mulheres da pesca e da aquicultura brasileiras, o Ministério da Pesca e Aquicultura apresenta mais 10 trajetórias femininas que transformam as atividades nas águas do país.

Na categoria “Pesca Artesanal em Águas Marinhas”, a ganhadora Margareth Julião, de Arraial do Cabo (RJ), com 63 anos, é filha, neta e bisneta de pescadores. Começou, ainda jovem, na pesca de lulas e logo encarou os desafios de um setor historicamente dominado por homens.

“Sou mulher, sou pescadora, sou das águas. Quando criança, brincava nas dunas da Praia Grande enquanto meus avós e tios navegavam em suas canoas, pescando em tempos de abundância. Quando o peixe era farto, as mulheres da comunidade se uniam para salgar e conservar os alimentos, já que não tínhamos freezer ou geladeira. Perguntei-me, muitas vezes: como as mulheres podem ser aceitas neste ambiente? Apesar das dificuldades, seguimos fortalecendo laços e construindo um caminho que une pesca e empoderamento feminino. Aprendemos a transformar os desafios em força e a ocupar espaços antes negados, mostrando que, assim como o mar, nossa determinação é imensa e incontrolável”, contou Margareth.

Em 2013, a pescadora se organizou com outras mulheres da pesca em um grupo que viria a se tornar a Coopertativa Mulheres Nativas em 2017, quando, também, participaram do programa “Mulheres Mil” do Governo Federal, que ampliou seus conhecimentos e ferramentas para enfrentar os desafios do setor pesqueiro com mais preparo e confiança. Assim, a cooperativa tornou-se um espaço de transformação, onde mulheres pescadoras compartilham experiências, desenvolvem habilidades e lutam juntas por seus direitos, pela valorização de seu trabalho e pela preservação das práticas tradicionais de pesca.

Em 2019, a cooperativa ganhou o concurso “Saberes e Sabores” da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), onde apresentaram sua tradicional receita de peixe escalado com banana. Nesse mesmo ano, Margareth se tornou integrante do Conselho da Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, onde luta pela preservação da pesca artesanal e dos ecossistemas que a sustentam. Em 2023, a Cooperativa também conquistou o 2º lugar no concurso “Mulheres Rurais, Espanha Reconhece”.

“Cada história compartilhada, cada manhã no mar, moldaram não apenas meu conhecimento, mas também meu caráter e minha visão de mundo. Carrego comigo as lições de perseverança e união que aprendi com minha família e com a comunidade, que sempre encontrei nas águas marinhas não apenas um meio de sustento, mas também uma fonte de inspiração e identidade. Hoje, minha trajetória é dedicada a honrar esse legado, buscando equilibrar tradição e modernidade para garantir que as futuras gerações continuem a encontrar no mar não apenas um recurso, mas um lar”, finalizou Margareth Julião.

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