Rios Uruguai e Paraná estão com “baixo nível d’água histórico” na Argentina e cardumes são exterminados com arpoadas ou mesmo tiros, segundo reportagem local
Por Lielson Tiozzo
O já considerado “histórico” baixo nível d’água dos rios Paraná e Uruguai na Argentina tem servido para facilitar a matança de peixes. Mesmo com a proibição da pesca imposta pelo governo argentino como parte do isolamento social, pessoas estão dizimando cardumes com lanças, arpões, redes e até mesmo com armas de fogo. As informações são da revista Weekend.
Segundo a reportagem publicada no meio digital, “pescadores piratas” estão interessados especialmente nos surubins. O peixe de couro possui compradores e por isso centenas deles estão à venda nos mercados de cidades das províncias de Corrientes, Santa Fé e Entre Ríos. Dourados, traíras e piaparas também são alvos constantes.
“Como a água está tão baixa, os peixes nadam em locais bem rasos e se tornam presas muito fáceis para as pessoas sem escrúpulos. Elas estão caçando num estilo indígena e depois deixam os peixes expostos. Em seguida os vendem para mercados, que neste momento atuam como cúmplices. A venda é feita sem nenhum controle sanitário”, escreve a Weekend.
Além dos relatos, a matança dos peixes nessas regiões pode ser conferida por meio de publicações nas redes sociais. Em meio às postagens sobre as condições dos rios, pescadores ostentam que estão desrespeitando a quarentena necessária para conter a pandemia do Covid-19, o coronavírus.
“O dano ecológico será de dimensões difíceis de imaginar. Além disso, não podemos nos esquecer que grande parte da população da Argentina depende destas bacias para trabalhar com a pesca e se abastecer com água potável”, cita a reportagem da Weekend.
A crise hídrica pode até mesmo provocar problemas de abastecimento energético no país vizinho. Isto porque duas importantes hidrelétricas, como Yacyretá e Salto Grande, podem ter dificuldades para produzir menos energia por conta do baixo nível dos rios.