O pirá, espécie considerada o símbolo do Velho Chico, reaparece na região do Baixo São Francisco
Por Alex Koike
Depois de quase 50 anos sumido, o pirá – espécie que está na lista das espécies em extinção, reapareceu em Pão de Açúcar (AL), entre Sergipe e Alagoas,
O peixe azulado era considerado extinto na região do Baixo São Francisco, apesar da espécie ser comum no Alto e no Médio São Francisco.
Entre os motivos para o seu desaparecimento está os barramentos ao longo do rio, que impedem as grandes migrações, estímulo natural à ovulação, que ela realiza no período da piracema.
Além desse grande impacto ambiental, a intensa pesca predatória contribuiu com o desaparecimento do pirá (Conorhynchos conirostris).
O que mudou essa realidade?
Desde 2015, a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) faz um bonito trabalho.
Algumas matrizes do Rio Paracatu, no Alto São Francisco (MG), única região da bacia hidrográfica onde a espécie ainda é encontrada, foram capturadas.
Esses exemplares passaram por adaptação, indução artificial de reprodução e a produção de alevinos.
Em 2019, foram soltos juvenis no rio e encontraram uma boa condição para se desenvolver. Porém, a reprodução segue sendo feita em laboratório e o pirá ainda segue o risco de extinção.
Agora, a Codevasf programa a captura no Alto São Francisco de novos exemplares da espécie para a distribuição em outros quatro Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Companhia, e intensificar a recuperação da população da espécie.
