Audiências Públicas foram marcadas pela presença de parlamentares e empresários que não querem a proibição do transporte de pescados a partir de 2020
Por Lielson Tiozzo
A implementação da cota zero do transporte do pescado em Mato Grosso segue enfrentando forte pressão. Nos últimos dias, Audiências Públicas foram marcadas por protestos contrários à medida proposta pelo próprio governo estadual. Parlamentares estiveram em Brasília para pedir aos deputados federais que orientem os estaduais a rechaçarem o Projeto de Lei, que, se aprovado, valeria a partir de 2020 e incluiria a pesca profissional.
Nesta segunda-feira, 26, dezenas de pessoas estiveram reunidas em Barão do Melgaço (MT). Muitas ostentavam camisas com mensagens contrárias à cota zero. Deputados estiveram presentes e prometeram todos os esforços possíveis para convencer o governador Mauro Mendes (DEM) a desistir. Na semana passada outro grande encontrou havia se dado em Santo Antônio do Leverger (MT). Ambas cidades tem forte vocação para a pesca profissional.
Representantes da Associação de Lojistas, Caça e Pesca de Mato Grosso (Alcape-MT) tem feito constantes manifestações contrárias. Eles propuseram que a cota zero dê espaço para um “rodízio”. Ou seja, que a pesca de determinada espécie fique suspensa por um período, a exemplo do que já foi feito no estado com o dourado.
A ideia do “rodízio” agradou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM).
“É um tema bastante complexo. Temos que analisar todas estas vertentes. Mas como é de nosso costume, a Assembleia legislativa do estado de Mato Grosso não foge de sua responsabilidade que é trazer os temas de interesse social para ser debatido, discutido junto à comunidade. Assim vamos priorizando a democracia e construindo soluções que atendam se não todos pelo menos parte importante da sociedade”.
Em suas redes sociais, a vice-presidente da Alcape-MT, Nilma Silva, gravou um vídeo ao lado do líder do partido Patriota, Delegado Teixeira, o qual manifestou total apoio ao movimento “não a cota zero”.
“Isto é uma covardia, uma maldade contra o povo de Mato Grosso. Estou aqui (em Brasília) organizando audiências e, se necessário, vamos marcar até o presidente Bolsonaro, para ele saber o que está acontecendo”, garante.