Dona de empreendimentos que atuam no Pantanal defendeu a medida do governo sul-mato-grossense durante o Pesca & Companhia Trade Show
Por Lielson Tiozzo
A cota zero do pescado em Mato Grosso do Sul também foi tema durante o Pesca & Companhia Trade Show. O evento que se deu em São Paulo contou com um estande no qual havia mais de 10 empresas do estado. E havia uma unanimidade sobre a medida que proíbe o transporte dos peixes por parte dos amadores a partir de 2020.
Movimentos contrários à cota zero no Mato Grosso do Sul ganharam força. Empresários e políticos se uniram e querem que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) reveja a posição do decreto que assinou no começo deste ano. Para esta temporada já está valendo uma “cota reduzida” de 10 para 5 kg por pescador licenciado. Os contrários à cota zero entendem que ela gerará “desemprego”, uma vez que poderá “afastar os turistas”.
“Temos visões diferentes do futuro. O extrativismo não é bom para o meio ambiente. E nós dependemos da pesca sustentável para poder atrair os turistas”, salienta a empresária Joice Marques, dona da Joice Tur, que opera em todo o Pantanal sul.
Segundo ela, somente a cota zero do dourado implantada em Corumbá “já trouxe resultados” nos últimos cinco anos. Em 2019 já está valendo a proteção da espécie em todo o estado. “Se não preservamos agora, não teremos pesca no futuro”.
A gerente de mercado da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul endossa o coro favorável à cota zero. De acordo com Karla Cavalcanti, o incentivo ao pesque-e-solte irá “valorizar” o turismo da pesca no estado. Ela reforça que o Pantanal é um dos destinos mais cobiçados do mundo.
“O pesque-e-solte é bem aceito no mundo todo. Temos um produto de altíssima qualidade para oferecer com nossa pescaria. E por isso precisamos desmistificar os males que esta medida da cota zero pode trazer. Temos que todos trabalhar a favor”, cita Karla.
Vale recordar que em julho uma frente parlamentar foi formada durante uma Audiência Pública, a fim de solicitar ao Ministério Público o ajuizamento do decreto do governador Azambuja. Até o momento, no entanto, a medida não foi alterada e para o próximo ano Mato Grosso do Sul irá aderir a cota zero do pescado.